No final, a Moção de Protesto foi rejeitada por 10 votos a 2. Os votos favoráveis à proposta foram de Marcelo Tidy (MDB) e o próprio Zezinho Cabeleireiro. Dois vereadores, Daniel Bassi (PSD) e Claudinei da Rocha (MDB), se retiraram do plenário durante a votação, voltando após o encerramento da pauta em questão.

O texto da Moção de Protesto englobava a administração da Santa Casa de Franca, DRS-8 (Diretoria Regional de Saúde) de Franca e Siresp (Sistema Informatizado de Regulação de Vagas do Estado de São Paulo). Por conta disso, alguns vereadores justificaram que a Santa Casa presta um bom serviço e não deveria ser incluída na Moção. “Nessa Moção de Protesto não está citando o nome de ninguém, é sobre o sistema que não está funcionando. Houve uma reunião com a DRS, que explicou tudo, como é, mas na prática não está funcionando”, disse Zezinho.

Gilson Pelizaro (PT) sugeriu que o autor da proposta refizesse o texto para não atingir pessoas, e sim apenas os órgãos que não realizam um trabalho satisfatório. “Eu percebi na Moção que só tem um alvo, que é quem regula as vagas na Santa Casa. Quem regula é o Siresp, que obedece ao governo do Estado de São Paulo. A Moção começa falando à administração da Santa Casa, mas o calvário é para entrar, o trabalho desempenhado pela Santa Casa é um trabalho de referência nacional. Zezinho deveria refazer a Moção, e aí a gente faz a crítica ao sistema. Não é a Santa Casa que opera o sistema. Isso tem que deixar bem claro. O Estado já reconheceu que o sistema é falho, tanto é que está construindo um hospital”.

Pastor Palamoni (PSD) disse que a cobrança por mais leitos é necessária e lamentou a ausência dos colegas que se ausentaram do plenário. “A cobrança é necessária, que é nosso papel, e lamento a ausência de nossos pares porque a discussão é séria, importante para nossa cidade. Eu voto contra por estar tudo englobado. Quando a gente fala de administração, nós estamos colocando todo mundo, desculpe a expressão, no mesmo balaio. O sistema precisa melhorar, mas essa mudança não depende da Santa Casa. Ela é uma prestadora de serviço”.

Marcelo Tidy não só defendeu a proposta de Zezinho como foi além, sugerindo a abertura de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito), dizendo que poderá acionar o Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS).

“Eu defendo uma auditoria externa. Quantos leitos realmente existem; é problema financeiro, como eles sempre alegam? Se for para abrir novos leitos eles tem estrutura física?, tem quadro de funcionários para aumentar. Foi prometido um canal de informação mais eficiente por essas entidades, o que não aconteceu”, disse o parlamentar.

“Proponho que a gente estude junto com a Comissão de Saúde para abrir uma CEI para fiscalizar a Santa Casa, a DRS-8. Porque eles têm que respeitar a Câmara Municipal e não estão respeitando. As entidades que trabalham com dinheiro público tem que respeitar o Legislativo. Há mais de 16 mil pessoas esperando por cirurgias (eletivas), é vergonhoso. Quando a gente pergunta quanto eles ganham por cada procedimento, eles não respondem. Isso não é o enfermeiro, o médico, o porteiro que respondem, é a administração. Eles são responsáveis por prestar conta para nós, para a sociedade. Eu vou fazer uma denúncia no Denasus, que fiscaliza todos os convênios com o SUS, doa a quem doer”, acrescentou Tidy.