NA 'PINDURA'

No limite: 2 a cada 3 brasileiros enfrentam problemas financeiros

Por Da Redação |
| Tempo de leitura: 2 min
Foto: Freepik
Estudo aponta que problema oscila entre a tensão da urgência financeira e a incapacidade de realizar qualquer tipo de planejamento
Estudo aponta que problema oscila entre a tensão da urgência financeira e a incapacidade de realizar qualquer tipo de planejamento

O brasileiro administra as finanças em uma situação de instabilidade, estando vulnerável a incidentes que podem levar ao desequilíbrio econômico. Essa conclusão foi apresentada em um estudo realizado pelo Banco Inter em colaboração com a consultoria Consumoteca, que confirma a situação já refletida nos altos índices de inadimplência no país.

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O levantamento aponta que menos de 30% das pessoas declaram manter as contas em ordem, e apenas 23% conseguem acumular reservas financeiras de forma regular. A maioria, portanto, gerencia os gastos sem domínio sobre a gestão do próprio dinheiro. Neste contexto, o crédito se configura tanto como um auxílio quanto como um fator de risco para o usuário.

De acordo com a pesquisa, denominada “Acrobacia Financeira”, 60% dos brasileiros buscaram algum tipo de crédito no ano corrente. Metade desses indivíduos teve o pedido negado sem compreender a razão, e somente 17% afirmam conhecer os critérios para a aprovação de crédito.

Consequentemente, 60% dos entrevistados consideram que as instituições financeiras não demonstram transparência no processo.

Necessidade de educação financeira

Simultaneamente, o desejo por conhecimento financeiro é alto: nove em cada dez entrevistados reconhecem a necessidade de aprender sobre educação financeira. Contudo, essa busca encontra barreiras em dois fatores, conforme apontou Gabriela Mello, líder de insights da Consumoteca: falta de tempo e estresse elevado.

"Quem apresenta dificuldades financeiras não consegue dedicar-se a 'assistir aula' de finanças. Ele necessita de suporte prático, no curso do dia a dia", explicu a especialista ao portal InfoMoney.


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Sobrevivência de curto prazo

Um dos pontos centrais do estudo demonstra que o brasileiro, nesse cenário de fragilidade, oscila entre a tensão da urgência financeira e a incapacidade de realizar qualquer tipo de planejamento. A prioridade não é pensar em aposentadoria ou em constituir uma reserva, mas sim tomar decisões imediatas, focadas em como "quitar esta conta hoje".

Nessa lógica de sobrevivência diária, as soluções evidentes são parcelar no cartão, utilizar o PIX parcelado, postergar o pagamento da fatura ou recorrer ao limite do cheque especial. "Não se trata de falta de capacidade. É improviso com as ferramentas disponíveis", esclarece Gabriela.

O desafio reside no fato de que, sem informação e sem uma visão abrangente, as táticas de sobrevivência podem evoluir para complicações: rolagem de dívidas com taxas elevadas, juros de dois dígitos ao mês e um nível de estresse que atinge seu ponto máximo justamente para quem opera no limite financeiro.

"Para as pessoas, educação financeira significa obter controle e aprendizado, dois aspectos que demandam tempo e estabilidade, justamente o que não está presente para quem se encontra aflito com as contas. O resultado é uma disparidade entre a urgência da dificuldade e o prazo extenso para a solução", conclui a responsável pelo estudo.

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