A exposição prolongada a telas digitais pode estar diretamente relacionada a manifestações como sensação de peso nos olhos, dificuldade de foco e cefaleia ao final da jornada. Estes sinais, observados em adultos e crianças, podem indicar fadiga ocular, tecnicamente chamada de astenopia, condição associada ao esforço visual em excesso e ao ritmo acelerado da vida moderna.
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Marcia Ferrari, oftalmologista e Diretora Clínica do H.Olhos, Hospital de Olhos da Vision One, afirma que a combinação de longas jornadas digitais, estímulos contínuos e intervalos breves cria um cenário propício para o cansaço da visão. "Os olhos não foram projetados para manter a mesma distância focal por horas, especialmente diante de telas que demandam atenção contínua", explicou a especialista. Ela acrescenta que a sobrecarga se manifesta pelo trabalho intenso do sistema visual para sustentar o foco, o que causa exaustão dos músculos responsáveis pelo ajuste da visão.
Reconhecimento e causas
A médica explica que os sintomas surgem de maneira gradual e frequentemente não são percebidos. "A ardência, a visão turva, o peso nas pálpebras e a dor na região frontal são indicações típicas de exaustão visual, mas muitos interpretam como simples cansaço diário", comenta. A oftalmologista enfatiza que a inação perante estes sinais pode intensificar o desconforto. "Quando o incômodo se repete, o corpo sinaliza necessidade de repouso e modificação de hábitos".
Embora o uso constante de telas seja o principal fator desencadeador, astenopia também pode ser potencializada por:
- Iluminação inadequada.
- Postura incorreta.
- Leitura prolongada.
- Ausência ou desatualização de correção visual.
"Não é somente o computador; qualquer atividade que exija concentração visual por tempo extenso pode gerar astenopia", afirma a Dra. Ferrari.
Como previnir e tratamento
A especialista reforça que ajustes simples no dia a dia podem evitar o avanço do quadro. "Uma pausa breve pode contribuir: a cada 20 minutos, direcionar o olhar para longe por alguns segundos auxilia no relaxamento da musculatura ocular", orienta. Ela complementa que a adaptação do ambiente e da postura também contribui para reduzir a sobrecarga. "Manter o monitor na altura dos olhos, utilizar boa iluminação e apoiar os pés no chão são ações que diminuem o esforço visual", detalha. Ela ainda destaca a importância de lentes corretivas adequadas: "Óculos atualizados e prescritos por um oftalmologista evitam o trabalho excessivo dos olhos".
O tratamento da fadiga ocular é individualizado e depende do estilo de vida do paciente e de suas necessidades específicas. "Alguns apresentam melhora apenas com ajustes na rotina, enquanto outros necessitam de investigação para ressecamento ocular, erros refrativos ou outras condições associadas", explica. A médica conclui que a avaliação periódica é essencial para evitar agravamentos. "Quando identificamos o problema precocemente, conseguimos orientar, tratar e evitar que o desconforto se estabeleça na rotina", finaliza a Dra. Marcia Ferrari.