Com a chegada do calor mais intenso e da temporada de férias, a campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), volta a destacar a importância da prevenção contra o câncer de pele. A iniciativa ganha ainda mais peso em um contexto de verões progressivamente mais quentes no Brasil — o período 2024/25, por exemplo, foi classificado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) como o sexto mais quente desde 1961, com temperatura média 0,34 ºC acima do esperado.
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Por que o verão aumenta o risco?
A elevação da radiação ultravioleta (UV) durante os meses mais quentes intensifica os danos à pele. A dermatologista Cristiane Rallo, professora de Medicina da UniCesumar (Maringá–PR), explica que a exposição frequente ao sol pode gerar queimaduras, piorar manchas como o melasma, acelerar o envelhecimento e até provocar alterações no DNA das células, favorecendo o desenvolvimento do câncer de pele. Ela ressalta que, entre praias, piscinas e passeios ao ar livre, a exposição costuma aumentar justamente quando os índices de UV estão mais altos.
Como identificar sinais suspeitos?
O diagnóstico precoce continua sendo a principal forma de combater o avanço da doença. Para melanomas — o tipo mais agressivo —, médicos utilizam a regra do ABCDE, que avalia assimetria, bordas anormais, coloração irregular, diâmetro superior a 6 mm e mudanças recentes na aparência da pinta.
No caso dos cânceres de pele não melanoma, os alertas incluem:
- lesões que não cicatrizam;
- feridas que sangram ou formam crostas repetidamente;
- manchas ásperas persistentes;
- nódulos brilhantes ou avermelhados.
Dicas essenciais de fotoproteção
Embora o uso de protetor solar seja indispensável, a dermatologista reforça que nenhuma medida isolada basta. A prevenção deve combinar diferentes estratégias:
- Evitar exposição entre 10h e 16h, faixa de maior incidência de UV;
- Priorizar sombras sempre que possível;
- Usar barreiras físicas, como chapéus, roupas e óculos com proteção UV;
- Reaplicar o protetor solar a cada duas horas quando houver exposição contínua;
- Utilizar guarda-sóis ou sombrinhas em locais muito abertos.
Além do cuidado externo, hidratação adequada e uma alimentação rica em antioxidantes — como vitaminas A, C e E, além de carotenoides — ajudam a reduzir o impacto dos radicais livres, embora não substituam o fotoprotetor.
Como escolher e aplicar o protetor solar?
A SBD recomenda o uso diário, até mesmo em dias nublados, já que até 80% da radiação UV atravessa as nuvens. Para o cotidiano, filtros com FPS 30 ou superior são indicados. Pessoas com pele clara, histórico de câncer de pele ou condições como vitiligo e albinismo podem necessitar de FPS mais elevado.
Rallo destaca que o produto deve ser de amplo espectro, protegendo contra UVA, UVB e luz visível — essencial para quem tem tendência a manchas. É importante aplicar o protetor em áreas frequentemente esquecidas, como orelhas, colo, braços e mãos, inclusive dentro de casa quando houver proximidade com janelas.
O objetivo da campanha, reforça a especialista, é lembrar que os efeitos da radiação são cumulativos e que a prevenção continua sendo a forma mais segura e eficaz de proteger a pele.