São Paulo confirmou, nesta segunda-feira (29), a terceira morte relacionada à ingestão de bebidas adulteradas com metanol. O caso mais recente ocorreu em São Bernardo do Campo, que já contabiliza duas vítimas. A capital paulista também registrou um óbito.
Segundo a prefeitura de São Bernardo, um homem de 58 anos foi atendido em 24 de setembro e não resistiu. Dias depois, outro paciente, de 45 anos, faleceu após ser levado a uma unidade particular. Em São Paulo, a vítima foi um homem de 54 anos, que apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu seis dias depois.
Ao todo, dez ocorrências seguem sob investigação pelo Instituto Médico Legal (IML), que busca confirmar a contaminação por bebidas clandestinas.
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O que é o metanol e por que é tão perigoso
O metanol é um álcool industrial altamente tóxico, transparente e inflamável. Embora semelhante ao etanol — usado em bebidas alcoólicas —, não pode ser ingerido. Pequenas quantidades já provocam efeitos graves, como náusea, vômito, dor abdominal, visão turva, convulsões, taquicardia e até parada respiratória.
Especialistas reforçam que a população deve procurar atendimento médico imediato diante de sintomas suspeitos e consumir apenas bebidas com rótulo, selo fiscal e lacre de segurança.
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Rota criminosa do álcool adulterado
A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) aponta indícios de que o metanol usado na adulteração foi importado ilegalmente por facções criminosas. Em megaoperação recente, autoridades constataram que postos de combustíveis ligados ao crime vendiam gasolina com até 90% de metanol — índice 180 vezes maior que o permitido por lei.
Com a interdição de distribuidoras suspeitas, parte desse material teria sido desviada para destilarias clandestinas e quadrilhas especializadas em falsificação de bebidas, ampliando os riscos de intoxicação em larga escala.
Risco coletivo e alerta das autoridades
Profissionais de saúde e especialistas em segurança pública alertam para a gravidade da situação. Além do risco imediato à vida, a adulteração gera um problema de saúde coletiva e movimenta um esquema milionário de crime organizado.
As investigações continuam, e novas operações devem ser realizadas para desarticular a rede de falsificação.