Neste momento em que Piracicaba celebra seus 258 anos, a cultura da cidade é reforçada por meio de projetos que transformam vidas — como é o caso da Orquestra Educacional de Piracicaba (OEP), que completou uma década de atividades em 2025. Fundada em 2015 por 17 músicos apaixonados, entre eles o maestro Ivan Bueno, a OEP nasceu com a proposta de democratizar o acesso à música orquestral por meio de uma metodologia inclusiva e acolhedora.
VEJA MAIS:
- Prefeitura faz programação especial para aniversário da cidade
- Agenda cultural: o melhor da programação de aniversário da cidade
- Orquestra Educacional é espaço para desenvolvimento artístico
Em 2017, o grupo já reunia mais de 50 integrantes e conquistava seu primeiro projeto viabilizado por leis de incentivo fiscal, o que permitiu a aquisição de parte do acervo instrumental. Em 2018, foi criada a APEC – Associação Piracicabana de Educação e Cultura, responsável pela gestão do projeto. Hoje, a OEP conta com cerca de 80 músicos, com idades que vão dos 10 aos 80 anos, e mantém o compromisso com a inclusão: não é necessário ser profissional para participar.
“A Orquestra nasceu da vontade das pessoas de fazer música. E como eu tenho uma metodologia de ensino que preza pela inclusão, as pessoas puderam fazer parte da orquestra sem serem profissionais”, contou Ivan em entrevista ao Jornal de Piracicaba. A convivência entre diferentes gerações e níveis técnicos é um dos pilares da orquestra, onde músicos mais experientes lideram os naipes e contribuem com a formação dos demais.
“Essas variadas gerações enriquecem o trabalho, pois é a serenidade dos mais experientes com a vivacidade dos mais jovens”, destaca o maestro. O repertório da orquestra também reflete essa proposta de integração. Ivan o define como um “repertório de conexão”: um mix entre obras sinfônicas, trilhas sonoras de filmes e videogames e música brasileira, aproximando a plateia do universo orquestral.

Para Ivan, o projeto tem características únicas no Brasil. “Não existe iniciativa como essa, com a metodologia que temos aqui em Piracicaba, com essa ideia de inclusão. É um espaço de fraternidade, de confraternização. Leva cultura diversificada para todos os públicos e chega a lugares onde outras orquestras não conseguem ir, como as periferias”, afirma.
Além de democratizar o acesso à música, a OEP transforma a cidade em palco de desenvolvimento humano e social. Conta com apoio de patrocinadores via leis de incentivo e também da Prefeitura de Piracicaba, reforçando seu papel como um dos pilares da formação cultural piracicabana. “A Orquestra Educacional de Piracicaba vem enriquecer o cenário cultural da cidade e também oportunizar o acesso social das pessoas, por incluir quem antes não teria esse acesso”, finaliza Ivan.
Para muitos integrantes, participar da orquestra é uma experiência transformadora. “Fazer parte da Orquestra Educacional é gratificante. É um misto de alegria, orgulho e motivação. A música por si já inunda o meu ser, e quando eu vivencio como componente do grupo, é como um abraço coletivo que me faz sentir parte de algo maior, cheio de harmonia, emoção e gratidão”, comenta Christine Bertocco, que toca viola na OEP.
Em 2023, surgiu também a Orquestra de Câmara de Cordas, formada por músicos mais experientes da OEP. O grupo trabalha com repertório mais técnico e, no futuro, a ideia é expandir para outras famílias instrumentais. Diferentemente da OEP, cujo repertório é adaptado a todos os níveis, a Orquestra de Câmara trabalha com obras mais complexas.
Interessados em participar da orquestra devem ter um conhecimento musical básico e passar por entrevista com o maestro, que avalia o nível técnico e a compatibilidade com os naipes disponíveis. O próximo concerto da orquestra está marcado para o dia 14 de setembro, no Teatro Municipal Dr. Losso Netto, em uma apresentação comemorativa pelos 10 anos do projeto. As novidades da OEP podem ser acompanhadas pelo Instagram @orquestraeducacional.