Circula pelas redes sociais e grupos de WhatsApp desde o sábado, 26, um rap de autoria desconhecida, que transformou a dor em poesia e escancarou, em versos duros e emocionantes, a indignação de uma população que se sente abandonada pela justiça:
“Ela pedalava cedo com rosto no vento | Dois empregos no currículo, zero arrependimento |
Cuidava da mãe doente, guerreira no batente | Sonhava com futuro mesmo sendo tão diferente...”
Rap é um gênero musical caracterizado pela rima ritmada e falada, frequentemente com conteúdo crítico, social, emocional ou de denúncia.
O trecho que mais impactou familiares e amigos foi aquele que denuncia a disparidade social e a impunidade que paira sobre o caso
“40 mil não pagam nada, se a vida foi levada | Na esquina errada, justiça não é fiança | Nem se vale o papel, é chorar no velório | Pedindo socorro para o céu...”
Thais era filha, neta, irmã, amiga. Trabalhava em dois empregos, cuidava da mãe e sonhava com sua independência.
O juiz aposentado, responsável pelo atropelamento, foi preso em flagrante, mas liberado após audiência de custódia mediante o pagamento de R$ 40 mil de fiança. Desde então, o clamor popular por justiça na cidade só aumenta.
Ainda há um trecho no rap que diz que enquanto a cidade sangra em silêncio, a mãe de Thais olha para o céu e repete, com a força de quem perdeu tudo: “Qual a lei desse país onde a morte é tão barata e injusta?”
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