TRAGÉDIA URBANA

Uma vida, muitos sonhos: a história interrompida de Thais

Por Guilherme Renan | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução redes sociais
Thais Bonatti, de 30 anos, sonhava viver da comédia, mas teve a vida destruída por um ato brutal e irresponsável
Thais Bonatti, de 30 anos, sonhava viver da comédia, mas teve a vida destruída por um ato brutal e irresponsável

O que era para ser mais um dia comum de trabalho terminou em tragédia na manhã da última quinta-feira (24), em Araçatuba. A jovem ciclista Thais Bonatti de Andrade, de 30 anos, foi violentamente atropelada por uma caminhonete Ford Ranger conduzida por Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, advogado e juiz aposentado de 61 anos, que estava embriagado e com uma mulher nua sentada em seu colo.

Thais seguia para o trabalho, como fazia diariamente, quando foi atingida na rotatória entre as avenidas João Arruda Brasil e Waldemar Alves. O impacto foi devastador. A vítima sofreu traumatismo craniano, coágulo cerebral e múltiplas fraturas — nas clavículas, costelas e quadril. Internada em estado gravíssimo na UTI da Santa Casa, ela morreu na madrugada de sábado (26), após dois dias na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Araçatuba.

Segundo relatos, o magistrado havia passado a noite em uma casa noturna, consumindo bebidas alcoólicas. Populares contaram que, após o atropelamento, a acompanhante — identificada como garota de programa — desceu do veículo e vestiu-se às pressas diante de todos.

Thaís era conhecida pelo bom humor, força de vontade e generosidade. Trabalhava como auxiliar de cozinha e também vendia açaí pelas redes sociais para complementar a renda. Seu verdadeiro sonho, no entanto, era viver de stand-up comedy — já havia feito apresentações locais e sonhava com os palcos.

Recentemente, deixou um antigo emprego noturno por preocupação com a segurança nos trajetos de bicicleta e se mudou para a casa da mãe, que tem problemas cardíacos, para estar mais presente e ajudar nas despesas familiares.

Fernando foi preso em flagrante, passou a noite detido em uma cela nas dependências da Central de Polícia Judiciária de Araçatuba e obteve liberdade provisória após pagar fiança de R$ 40 mil. A liberação causou comoção e indignação nas redes sociais, onde familiares e amigos pedem justiça. Muitos expressaram revolta pelas circunstâncias do fato. O caso segue sob investigação da Polícia Civil, e a população aguarda que a Justiça prevaleça.

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