“Tem gente que não entra aqui”.
A afirmação é de uma funcionária da clínica veterinária que atualmente ocupa o imóvel que pertenceu à família de Gustavo Pissardo, no Bosque dos Eucaliptos, na região de São José dos Campos.
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A casa ampla e confortável foi palco de um dos crimes mais sinistros do país, quando o então estudante de 21 anos matou os pais e a irmã a tiros. Ele depois dirigiu por 140 quilômetros até Campinas e matou os avós. Os crimes ocorreram entre os dias 29 e 30 de setembro de 1994, há quase 30 anos.
Gustavo Pissardo voltou para a casa onde os familiares estavam mortos e convidou a namorada para passar o final de semana na praia, em Caraguatatuba. Na semana seguinte, de volta a São José, ele foi preso pela polícia e anos depois condenado a 42 anos de prisão pelo crime bárbaro.
Três décadas após o crime, Gustavo tem 51 anos e vive em Sorocaba, onde cumpre a pena em regime aberto desde 2014. Ele progrediu para o regime semiaberto em 2008, após algumas negativas da Justiça. O término da pena é previsto para 2033.
IMÓVEL
Enquanto Gustavo mudou de cidade e tenta viver outra vida, a casa onde o crime aconteceu ainda desperta interesse e provoca arrepios de medo em moradores de São José, além de indagações sobre os motivos que levaram o então pacato estudante a dar cabo dos familiares de forma cruel.
“Conhecia a família. Eu era pequena e morava na mesma avenida que eles. Até hoje me perguntou porque ele fez isso”, escreveu Ellen Lessa em comentário nas redes sociais.
“Passando em frente ao local, comentei com minha família sobre o ocorrido, não tem como esquecer tanta crueldade”, disse Danielle.
Tiara Ristori admitiu: “Aquela casa ainda me dá arrepios”. Comentário parecido fez Maria Santos: “Sei que não tem nada a ver e que já se passaram tantos anos, mas eu não entro naquela casa nem morta”.
OVALE apurou que a casa ficou um tempo fechada, depois do crime e das investigações, em razão de ninguém se interessar pelo imóvel, justamente por causa das mortes ocorridas ali.
Com o passar do tempo, o caso foi sendo esquecido e a casa foi ocupada por diversos estabelecimentos comerciais, perdendo as características da moradia da família de Gustavo Pissardo.
“Lembro muito bem, muito triste, repercutiu muito na cidade. O local da residência ficou fechado por muitos anos, passou a ser ponto comercial, algumas pessoas diziam que pelo fato do crime nada daria certo lá, e hoje funciona uma clínica para pets”, contou Juarez Luiz.
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