O café segue firme como um dos símbolos da rotina brasileira, presente em quase todos os lares do país. Ainda assim, 2025 foi um ano de atenção redobrada para consumidores do chamado “pretinho básico”. Ao longo dos últimos meses, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a suspensão e o recolhimento de 10 marcas ou lotes específicos de café e bebidas com sabor café, após identificar irregularidades que vão de fraude econômica a riscos à saúde.
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A ofensiva do órgão reforça um movimento de combate a práticas ilegais na cadeia produtiva e reacende o debate sobre qualidade, rotulagem e segurança alimentar.
Fiscalização mais rígida e foco na saúde pública
A Anvisa intensificou as inspeções em 2025 com o objetivo de proteger o consumidor e coibir irregularidades recorrentes no setor. As análises laboratoriais e vistorias em fábricas apontaram problemas graves, capazes de comprometer tanto a transparência quanto a saúde de quem consome o produto diariamente.
Entre as principais infrações encontradas estão:
- Contaminação por toxinas de fungos, como a ocratoxina A, associada a danos renais quando ingerida por longos períodos;
- Misturas não declaradas, com uso de milho, cascas ou outros resíduos para reduzir custos;
- Deficiências sanitárias em ambientes de torrefação e moagem;
- Irregularidades na rotulagem, incluindo omissão de ingredientes e alegações enganosas.
Quais marcas entraram na lista da Anvisa em 2025
De acordo com levantamentos do órgão, as interdições atingiram marcas conhecidas em diferentes regiões do país. Em grande parte dos casos, a restrição se aplica a lotes específicos, e não à produção completa.
Confira os produtos que estiveram na mira da fiscalização neste ano:
- Café Grão Nobre (lote 04/25) – índice de microtoxinas acima do permitido;
- Café Montanha Forte (embalagem a vácuo) – falhas na vedação e surgimento precoce de mofo;
- Sabor de Minas – Extra Forte – presença de milho não informada no rótulo;
- Café Aroma do Campo (lotes de março) – excesso de impurezas detectado;
- Café Tradicional Vale Verde – quantidade elevada de cascas e paus;
- EcoCafé Orgânico – recolhimento por contaminação cruzada;
- Puro Sabor Seleção – fabricação sem alvará sanitário válido;
- Café Regional Premium – identificação de matéria arenosa;
- Bebida Instantânea Café & Cia – falhas na indicação de alérgenos;
- Bebida sabor café “Energia Pura” – publicidade considerada enganosa.
Atenção: o consumidor deve conferir sempre o número do lote, localizado na embalagem, antes de descartar o produto.
Comprei um dos cafés proibidos: e agora?
Quem adquiriu algum dos lotes suspensos deve seguir as recomendações oficiais:
- Não consumir o produto, mesmo que não haja alteração visível de cheiro ou sabor;
- Solicitar troca ou reembolso, conforme garante o Código de Defesa do Consumidor;
- Entrar em contato com o SAC do fabricante para orientação sobre devolução.
Segundo a Anvisa, substâncias nocivas nem sempre são perceptíveis ao paladar, o que torna o consumo ainda mais arriscado.
Como evitar problemas na hora de escolher o café
Para reduzir o risco de levar um produto adulterado para casa, especialistas recomendam atenção aos selos de certificação. O selo da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) segue como um dos principais indicativos de confiabilidade.
- Selo de Pureza: assegura que o produto não contém misturas indevidas;
- Selo de Qualidade: classifica o café como Tradicional, Superior ou Gourmet, de acordo com critérios técnicos.
Além disso, desconfiar de preços muito abaixo da média e verificar informações no rótulo são hábitos que fazem diferença no dia a dia.