Tomar banho é um hábito cotidiano, associado ao relaxamento e ao cuidado pessoal. No entanto, quando a água está em temperaturas extremas — muito quente ou muito fria — esse momento aparentemente simples pode exigir mais do coração do que se imagina. Especialistas em cardiologia chamam atenção para as reações do corpo diante dessas mudanças bruscas e para os riscos envolvidos, especialmente em pessoas com doenças cardiovasculares.
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O que acontece com o corpo durante o banho frio
O contato repentino com água gelada provoca uma reação imediata do organismo. O sistema nervoso entra em estado de alerta, estimulando a liberação de hormônios que aceleram os batimentos cardíacos e elevam rapidamente a pressão arterial. Esse mecanismo é natural e, em indivíduos saudáveis, tende a se limitar ao desconforto térmico.
O problema surge quando há alguma fragilidade no sistema cardiovascular. Nesses casos, o estresse súbito pode favorecer alterações no ritmo do coração e reduzir o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco, aumentando o risco de eventos graves.
Banho gelado causa infarto?
O infarto não surge de um único hábito isolado. Ele é resultado de um processo progressivo, associado a fatores como hipertensão não controlada, colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo e histórico familiar. Ainda assim, situações de estresse intenso — como a exposição abrupta ao frio extremo — podem funcionar como um gatilho final em pessoas já vulneráveis.
Por isso, a recomendação para quem gosta de banho frio é fazer a adaptação gradual da temperatura, permitindo que o corpo se acostume sem uma resposta exagerada.
E quando a água está quente demais?
Os riscos não se limitam ao frio. Banhos excessivamente quentes provocam dilatação dos vasos sanguíneos, o que pode levar a uma queda rápida da pressão arterial. Esse efeito explica sintomas relativamente comuns, como tontura, fraqueza e visão turva durante ou após o banho.
Em pessoas com problemas cardíacos, esse rebaixamento da pressão pode comprometer a irrigação do coração, aumentando o risco de desmaios e outros quadros mais sérios.
Quem deve ter atenção redobrada
Alguns grupos precisam ser ainda mais cautelosos com a temperatura do banho. Entre eles estão idosos, pessoas com hipertensão, histórico de infarto, arritmias cardíacas ou obstruções nas artérias do coração. Para esses públicos, o ideal é manter a água em uma temperatura confortável e estável, evitando extremos.
Sinais de alerta durante o banho
Sintomas que surgem de forma súbita durante o banho não devem ser ignorados. Dor no peito, falta de ar inesperada, palpitações intensas, sudorese fria, tontura acentuada, visão embaçada ou desmaio indicam a necessidade de interromper a atividade e buscar atendimento médico imediato.
Prevenção vai além da temperatura da água
Evitar banhos muito quentes ou gelados pode ajudar a reduzir riscos no dia a dia, mas essa medida, sozinha, não garante proteção contra infartos. A prevenção cardiovascular envolve controle rigoroso da pressão arterial, alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, acompanhamento médico periódico e cuidados com o sono e o estresse.
A partir dos 40 anos, consultas regulares com cardiologista e a realização de exames preventivos são fundamentais para identificar fatores de risco antes que eles evoluam para quadros mais graves.