A compra e venda de veículos no Brasil está prestes a passar por uma das maiores transformações das últimas décadas. O Ministério dos Transportes prepara um modelo nacional totalmente digital que deve acabar com a exigência de cartório, centralizar o processo no celular e tornar as transações mais seguras para compradores e vendedores.
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A expectativa é que o sistema entre em operação entre janeiro e fevereiro de 2026, inicialmente para negociações entre pessoas físicas, integrando todos os Detrans do país à Carteira Digital de Trânsito (CDT).
Uma nova lógica para negociar veículos
Diferentemente do modelo atual, marcado por papelada, filas e deslocamentos, a proposta é que praticamente toda a jornada aconteça dentro de um aplicativo oficial. Pelo celular, será possível iniciar a venda, validar informações do veículo, confirmar a identidade das partes e concluir a transferência de propriedade.
A ideia, segundo o governo federal, é eliminar diferenças entre estados e criar um padrão único, mais simples e rastreável, reduzindo erros e insegurança jurídica.
Pagamento protegido até a transferência
Um dos pontos mais sensíveis da compra e venda de carros sempre foi o dinheiro. No novo modelo, isso muda. O pagamento será feito dentro do sistema, mas o valor ficará retido até que a transferência do veículo seja concluída oficialmente.
Na prática, funciona como uma trava de segurança: o vendedor só recebe após o carro estar no nome do comprador, e quem compra tem a garantia de que não perderá o dinheiro sem a documentação regularizada. A medida busca reduzir golpes e conflitos comuns nesse tipo de negociação.
Adeus à dependência do cartório
Com a validação digital, o reconhecimento de firma deixa de ser obrigatório. A confirmação de identidade e de vontade das partes será feita por meios eletrônicos integrados à base nacional de trânsito.
A mudança deve impactar especialmente quem mora longe de cartórios ou precisa resolver a venda fora do horário comercial, além de reduzir custos com taxas e deslocamentos.
Vistoria feita pelo próprio cidadão
Outra inovação prevista é a possibilidade de autovistoria. Em vez de levar o carro a empresas credenciadas, o próprio dono poderá registrar imagens e informações do veículo pelo aplicativo.
O material enviado será analisado pelo Detran, que pode aprovar ou solicitar novos registros. O modelo já é utilizado por seguradoras e, segundo o Ministério dos Transportes, tem potencial para agilizar processos sem abrir mão do controle contra fraudes.
Transição gradual nos estados
Apesar da previsão de lançamento em 2026, o novo sistema não substituirá imediatamente o modelo tradicional. A implementação será progressiva, conforme os Detrans estaduais se integrem à plataforma nacional.
Até lá, a compra e venda continuará podendo ser feita pelos meios atuais. A meta, no entanto, é clara: reduzir ao máximo o uso de papel, filas e etapas presenciais.
Com a digitalização, o governo aposta em mais eficiência, inclusão e segurança em um dos processos mais comuns do dia a dia do brasileiro. Se tudo sair do papel, negociar um carro poderá ser tão simples quanto resolver uma transferência bancária pelo celular.