NOVA AVIAÇÃO

Carro voador do Brasil faz 1º voo e impressiona; VEJA como foi

Por Da redação |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

O Brasil deu um passo decisivo rumo à mobilidade aérea do futuro e chamou a atenção do mundo. O primeiro voo do eVTOL (veículo elétrico de decolagem e pouso vertical) desenvolvido pela Eve Air Mobility, empresa controlada pela Embraer, inaugurou oficialmente a fase de testes em voo do chamado “carro voador” brasileiro e ganhou ampla repercussão na imprensa internacional.

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Realizado na última sexta-feira (19), o teste ocorreu em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, onde fica a maior pista de aviação do hemisfério sul e o principal centro de ensaios da Embraer. O voo foi feito com um protótipo não tripulado, em escala real, operado remotamente, e permitiu a coleta de dados fundamentais sobre estabilidade, desempenho e integração de sistemas.

Validação técnica abre nova etapa do projeto

Mais do que um evento simbólico, o voo inaugural representou a validação inicial de sistemas considerados críticos para o desenvolvimento da aeronave. Segundo a Eve, os resultados confirmaram o comportamento previsto pelos modelos computacionais e autorizaram a ampliação gradual do envelope de voo nos próximos meses.

A partir desse marco, o programa entra em uma fase mais intensa de testes, com a fabricação de até seis protótipos certificáveis. A previsão é que, ao longo de 2026, os ensaios avancem do voo pairado para a transição completa até o voo sustentado pelas asas.

Destaque internacional reforça protagonismo brasileiro

A repercussão do teste ultrapassou fronteiras. A agência Reuters classificou o voo como um passo relevante no caminho para a certificação do eVTOL, ressaltando que a Eve integra o seleto grupo de empresas que disputam a liderança global na mobilidade aérea urbana.

O Financial Times, por sua vez, destacou o alinhamento entre desenvolvimento tecnológico, cronograma regulatório e preparação industrial, apontando o projeto como estratégico para o futuro da Embraer. Já o site Investing chamou atenção para a confirmação da integração de sistemas essenciais da aeronave, etapa-chave antes da ampliação dos testes.

Veículos da América Latina, como os jornais mexicanos Excélsior e La Jornada, também noticiaram o feito, classificando o voo como um marco histórico do setor aeronáutico brasileiro. Na Europa e no Oriente Médio, portais especializados em aviação detalharam aspectos técnicos do ensaio e o desempenho do protótipo.

Produção em escala e plano industrial

Enquanto os testes avançam, a Embraer já prepara o terreno para a produção em série. Os eVTOLs da Eve estão sendo fabricados em Taubaté (SP), em uma planta projetada para alcançar capacidade de até 480 aeronaves por ano, conforme a demanda do mercado.

A estratégia industrial busca combinar escala, eficiência e atendimento às exigências regulatórias, mirando um mercado global que cresce impulsionado pela busca por soluções de transporte urbano mais rápidas e sustentáveis.

Certificação e operação comercial

A entrada em operação dos carros voadores depende da certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável pelo processo principal. A Eve também atua em conjunto com a Federal Aviation Administration (FAA), dos Estados Unidos, e com a European Union Aviation Safety Agency (EASA), para viabilizar futuras operações internacionais.

A expectativa da empresa é manter o cronograma que prevê certificação, primeiras entregas e início da operação comercial em 2027.

Liderança destaca segurança e confiabilidade

Para a liderança da Eve Air Mobility, o voo inaugural confirma que o projeto segue no rumo certo. O CEO Johann Bordais afirmou que os dados obtidos são essenciais para avançar com segurança nas próximas etapas. Já o diretor de tecnologia, Luiz Valentini, ressaltou que o comportamento da aeronave ficou dentro do esperado, permitindo a expansão disciplinada dos testes.

Segundo o Chief Product Officer, Jorge Bittencourt, o foco agora está nos aspectos mais valorizados pelos futuros operadores: confiabilidade, eficiência e simplicidade operacional.

Com o avanço do programa, o Brasil se posiciona no centro das discussões sobre a mobilidade aérea urbana e reforça sua tradição como protagonista da indústria aeronáutica mundial.

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