Com a chegada de dezembro, milhões de brasileiros convivem com um problema que se repete ano após ano: quedas frequentes de energia elétrica. O fenômeno não é fruto do acaso. Ele surge da combinação entre o aumento expressivo do consumo e as chuvas típicas do verão, que colocam à prova a capacidade da rede elétrica em diversas regiões do país.
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O período reúne fatores que elevam o risco de apagões: calor intenso, comércio aquecido, férias escolares e tempestades rápidas, muitas vezes acompanhadas de raios e ventos fortes. O resultado é um sistema operando no limite, mais vulnerável a falhas e interrupções.
Consumo elevado pressiona a rede elétrica
No último mês do ano, o uso de energia atinge alguns dos maiores picos do calendário nacional. Residências passam a utilizar com mais frequência aparelhos como ar-condicionado, ventiladores e freezers. Ao mesmo tempo, lojas, supermercados e shoppings ampliam iluminação, refrigeração e sistemas eletrônicos para atender à alta demanda do Natal e do Ano Novo.
Essa sobrecarga exige mais de transformadores, cabos e subestações. Quando a infraestrutura local não acompanha esse crescimento temporário, o sistema responde com desligamentos automáticos ou falhas inesperadas, afetando bairros inteiros.
Chuvas de verão agravam o risco de apagões
Enquanto o consumo sobe, o clima atua como um fator adicional de instabilidade. As chuvas de verão são conhecidas por serem intensas e concentradas em curtos períodos. Nesses episódios, descargas atmosféricas representam uma ameaça direta à rede elétrica.
O Brasil lidera o ranking mundial de incidência de raios, registrando cerca de 77,8 milhões de descargas por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse número cresce justamente nos meses de dezembro e janeiro, quando transformadores, postes e linhas de transmissão ficam mais suscetíveis a danos e desligamentos.
Infraestrutura desigual aumenta a vulnerabilidade
A capacidade de resposta aos apagões varia de acordo com a região. Grandes centros urbanos contam, em geral, com redes mais modernas e equipes técnicas mais próximas. Já cidades menores, áreas rurais e regiões periféricas enfrentam maior fragilidade estrutural.
Fiação antiga, postes deteriorados e manutenção irregular tornam o fornecimento mais sensível tanto às chuvas quanto aos picos de consumo. Nessas localidades, uma falha simples pode resultar em horas — ou até dias — sem energia elétrica.
Impactos vão além do desconforto
A interrupção no fornecimento de energia gera consequências que ultrapassam o incômodo doméstico. No comércio, a falta de luz paralisa vendas, compromete sistemas de pagamento e pode levar à perda de produtos refrigerados. Em setores como saúde, indústria e construção civil, os prejuízos são ainda mais expressivos.
Hospitais e clínicas dependem de energia contínua para equipamentos essenciais. Obras e fábricas têm cronogramas afetados, com atrasos e aumento de custos. Além disso, oscilações no retorno da energia podem causar danos a aparelhos eletrônicos e sistemas sensíveis, tanto em empresas quanto em residências.
Como reduzir os prejuízos em períodos críticos
Diante de um cenário previsível, especialistas recomendam planejamento. A instalação de dispositivos de proteção contra surtos elétricos, como nobreaks e sistemas de aterramento adequados, ajuda a preservar equipamentos. Revisões periódicas das instalações também reduzem riscos.
Para empresas e obras, planos de contingência ganham importância no fim do ano. Ajustes operacionais, manutenção preventiva e a adoção de fontes alternativas de energia podem garantir a continuidade das atividades mesmo durante apagões prolongados.
Geradores ganham espaço como solução estratégica
Entre as alternativas mais eficazes está o uso de geradores de energia. Seja por aquisição ou locação, esses equipamentos permitem manter sistemas essenciais funcionando durante falhas na rede pública. No verão, quando as quedas de energia se tornam mais frequentes, a solução oferece autonomia, segurança e redução de prejuízos.
A busca por geradores cresce especialmente em dezembro, refletindo a necessidade de adaptação a um período em que clima e consumo colocam o fornecimento elétrico sob forte pressão.