Pesquisadores suecos estão testando um medicamento oral que atua diretamente nos músculos para reduzir a glicose no sangue e aumentar o gasto energético, com potencial uso no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade.
- Diretor de Hollywood é encontrado morto em casa; filho é suspeito
- Ajuda a dormir melhor? Entenda os benefícios do magnésio
O estudo, conduzido pelo Instituto Karolinska e pela Universidade de Estocolmo e publicado na revista Cell, descreve um composto baseado na molécula sintética ATR-258. Diferentemente dos fármacos à base de GLP-1, aplicados por injeção e que agem na comunicação entre intestino e cérebro, o novo medicamento estimula vias de sinalização no tecido muscular.
Nos testes, a ATR-258 elevou a atividade metabólica dos músculos, favorecendo o controle da glicose e a queima de gordura, sem redução da massa muscular e sem perda de apetite. Segundo os autores, o objetivo é obter perda de peso com preservação da musculatura, fator relevante em diabetes tipo 2 e obesidade.
- Clique aqui e receba, gratuitamente, as principais notícias da cidade, no seu WhatsApp, em tempo real.
A molécula apresenta perfil de farmacocinética que permite administração em cápsula, uma vez ao dia. Em animais, o tratamento melhorou níveis de glicose, reduziu gordura corporal e preservou músculos, com efeitos semelhantes aos do exercício físico em condição de repouso. Não foram observados, nesses estudos iniciais, efeitos como taquicardia ou desconforto gastrointestinal, comuns em terapias com GLP-1.
A fase 1 de testes em humanos envolveu 48 voluntários saudáveis e 25 pessoas com diabetes tipo 2, com resultados considerados satisfatórios pelos pesquisadores. As próximas etapas incluem dois estudos clínicos de fase 2, voltados a avaliar composição corporal, massa e função muscular e indicadores metabólicos em pessoas com diabetes tipo 2 ou obesidade.
Os cientistas afirmam que, por ter mecanismo distinto dos medicamentos com GLP-1 e administração oral, o ATR-258 pode ser usado de forma isolada ou combinado a essas terapias. A equipe ressalta, porém, que o fármaco ainda se encontra em fases iniciais de desenvolvimento e que serão necessários novos estudos, ao longo de anos, para confirmar segurança e eficácia antes de eventual disponibilização comercial.