Manter a casa protegida vai muito além de afastar baratas e mosquitos. Em residências, especialmente as térreas, atitudes aparentemente inofensivas podem favorecer a presença de animais potencialmente perigosos, como cobras, escorpiões e algumas espécies de aranhas. O alerta é do biólogo Fabiano Soares, que explica que esses encontros não acontecem por acaso — geralmente são consequência de condições favoráveis criadas pelo próprio ambiente doméstico.
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Entulho e descuido criam esconderijos ideais
O acúmulo de materiais é um dos principais fatores de risco. Pilhas de madeira, tijolos, restos de obra, folhas secas e objetos esquecidos no quintal funcionam como abrigo perfeito para esses animais, que buscam locais escuros, úmidos e protegidos. Jardins sem manutenção e áreas externas desorganizadas ampliam ainda mais as chances de aparecimento.
O problema pode estar na comida — não a deles, a das presas
Outro ponto decisivo é a presença de insetos e roedores. Escorpiões se alimentam principalmente de baratas e grilos, enquanto cobras podem ser atraídas por ratos. Já as aranhas, em sua maioria, se instalam onde há oferta constante de pequenos insetos. “Quando existe alimento disponível, é natural que esses animais apareçam”, explica Fabiano.
Por isso, o controle de pragas, inclusive com dedetizações preventivas — mesmo as caseiras —, ajuda a quebrar essa cadeia e reduz significativamente o risco.
Frestas, ralos e tubulações: portas de entrada invisíveis
Muitos desses animais passam o dia escondidos e circulam à noite. Escorpiões, por exemplo, costumam se abrigar em rachaduras, rodapés soltos, caixas de esgoto e até tubulações elétricas embutidas. Aranhas preferem cantos altos e pouco movimentados. Vedação adequada de pisos, paredes, ralos, pias, portas e janelas é uma medida simples e altamente eficaz.
Plantas e soluções naturais ajudam — mas têm limite
No caso das aranhas, que em sua maioria não representam perigo, alternativas naturais podem funcionar como prevenção, como o uso de plantas repelentes (citronela) ou óleos essenciais, como hortelã-pimenta, aplicados em pontos estratégicos. Já para escorpiões e cobras, essas soluções não substituem cuidados estruturais e monitoramento constante.
Encontrou um deles? Saiba como agir
Cada situação exige uma conduta diferente. Cobras nunca devem ser enfrentadas ou mortas: o correto é manter distância e acionar o Corpo de Bombeiros ou órgãos ambientais, como o IBAMA.
Para aranhas, o uso imediato de inseticidas comuns nem sempre resolve, já que muitos produtos não são eficazes contra aracnídeos. Em casos recorrentes ou envolvendo espécies perigosas, o controle profissional é recomendado.
Já o aparecimento de escorpiões deve ser comunicado mesmo sem acidentes. O registro pode ser feito junto à Vigilância Ambiental pelo telefone 162, evitando riscos à população.
Fabiano reforça que esses animais têm papel fundamental no equilíbrio ambiental. “Quando aparecem em residências, isso indica alterações no entorno, não uma invasão proposital”, destaca. Prevenção, informação e cuidado continuam sendo as melhores defesas.