Manter as artérias funcionando bem é uma tarefa que começa muito antes de qualquer sintoma. Especialistas alertam que a maior parte dos problemas cardiovasculares se desenvolve de forma silenciosa, enquanto o organismo tenta lidar com inflamações e acúmulo de gordura nas paredes dos vasos — processo que, quando avança, pode resultar em quadros graves como infarto, AVC ou perda de circulação nas pernas.
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De acordo com o cardiologista Roberto Yano, é comum que as pessoas imaginem que seja possível “limpar” as artérias após anos de maus hábitos. Ele explica, porém, que o objetivo real é evitar que placas de gordura se formem e se tornem instáveis. Quando isso ocorre, há risco de ruptura dessas placas, formando coágulos capazes de bloquear o fluxo sanguíneo de maneira súbita.
Os sintomas não são iguais para todos e dependem da região afetada. O cardiologista Ricardo Cals, do Hospital Santa Lúcia Norte, destaca que cada artéria nutre um território diferente. Nas coronárias, por exemplo, o entupimento costuma gerar dor no peito, a chamada angina. Se o problema ocorre na carótida ou em vasos cerebrais, surgem alterações motoras, perda de força ou formigamentos. Já nas pernas, a circulação comprometida provoca dor ao caminhar e dificuldade para manter o ritmo.
Para reduzir esses riscos, medidas simples — porém consistentes — fazem a diferença. Uma rotina ativa, com prática regular de exercícios, melhora a circulação e fortalece a saúde cardiovascular. A alimentação também tem papel decisivo: incluir vegetais, fibras e fontes de gorduras boas ajuda a controlar o colesterol e diminui processos inflamatórios no corpo.
Outros hábitos são considerados aliados poderosos. Entre eles estão noites de sono adequadas, que regulam hormônios e reduzem o estresse oxidativo, e o abandono do cigarro, responsável por causar danos diretos ao revestimento interno das artérias. Segundo Yano, cada cigarro contribui diariamente para a perda de elasticidade e eficiência desses vasos.
Os especialistas reforçam ainda a importância de manter consultas e check-ups atualizados. Segundo o cardiologista Luís Henrique Gowdak, do InCor (HC-FMUSP), muitos pacientes descobrem a doença apenas após um evento grave, como um infarto. A avaliação periódica permite identificar alterações precoces e iniciar o tratamento antes que complicações surjam.