Durante sessão na Câmara Municipal de Porto Alegre, a vereadora Karen Santos (PSOL) provocou polêmica ao afirmar que traficantes seriam “trabalhadores megaexplorados” e que a legalização e regulamentação das drogas seria o caminho mais eficaz para enfrentar o tráfico.
Segundo ela, “a droga é uma mercadoria como qualquer outra” e, portanto, deveria ser tratada como atividade econômica sujeita a impostos e controle estatal.
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As declarações ocorreram na última quarta-feira, em meio à repercussão nacional das operações policiais realizadas no Rio de Janeiro, que resultaram em mais de cem mortes nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, que tinha como alvo membros do Comando Vermelho, dividiu opiniões em todo o país.
Enquanto setores da esquerda denunciaram o que chamaram de “massacre” nas comunidades, apontando abusos e letalidade policial, autoridades e representantes da direita celebraram a ofensiva.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, classificou o resultado como uma vitória das forças de segurança, destacando a prisão de criminosos e a apreensão de fuzis, armas e toneladas de entorpecentes.
O episódio reacendeu o debate nacional sobre o combate ao tráfico e o papel do Estado na política de drogas. Em meio a essa discussão, a fala de Karen Santos ampliou as divergências.
Para a parlamentar, a atual política repressiva fracassou e perpetua desigualdades sociais. “As pessoas que plantam, que embalam e fazem o transporte até o varejo, lá na ponta, na biqueira, são trabalhadores submetidos a uma exploração brutal”, declarou. Ela defende que o Estado assuma o controle da produção e comercialização das substâncias, reduzindo a violência associada ao tráfico e permitindo arrecadação tributária.
As declarações da vereadora geraram forte reação nas redes sociais e entre colegas parlamentares. Enquanto simpatizantes elogiaram a “coragem de tratar o tema sem hipocrisia”, opositores acusaram a vereadora de fazer apologia ao crime e de desrespeitar as vítimas da violência urbana.