O domingo amanheceu pesado no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. Sob um silêncio cortado por choros contidos e abraços longos, familiares e amigos se reuniram na Capela 3 para o último adeus à bancária Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, morta com um tiro na cabeça durante um tiroteio na Linha Amarela, na noite desta sexta-feira (31).
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O corpo da jovem chegou no início da tarde deste sábado, recebido com flores brancas, orações e incredulidade. A dor era visível em cada olhar. O marido, inconsolável, permaneceu a maior parte do tempo de mãos dadas com os pais de Bárbara, que não encontravam palavras diante da tragédia
Recém-promovida no banco onde trabalhava, Bárbara sonhava em ser mãe no próximo ano. Planejava construir uma família, viajar e continuar crescendo na carreira. Sonhos interrompidos em segundos, quando uma bala perdida atravessou o vidro do carro de aplicativo que a levava da Ilha do Governador para o Cachambi.
Durante o velório, colegas e amigos relembraram a alegria e o sorriso da jovem. O clima de comoção se misturava à indignação.
“Ela estava voltando do trabalho, fazendo tudo certo. E mesmo assim perdeu a vida por causa dessa guerra sem fim que toma conta do Rio”, lamentou um familiar.
O enterro foi acompanhado por aplausos e lágrimas.
Segundo a Polícia Civil, o caso é investigado pela 21ª DP (Bonsucesso). De acordo com a PM, o tiroteio começou após confronto entre criminosos na região da passarela do Fundão; um fuzil foi apreendido. O Disque Denúncia pede que informações sobre os envolvidos sejam repassadas pelos canais oficiais, com garantia de anonimato.