O estado de São Paulo vive um cenário alarmante: duas pessoas já morreram, e outras seis foram confirmadas com intoxicação por bebidas adulteradas com metanol desde junho. A informação foi divulgada neste sábado (27) pelo Centro de Vigilância Sanitária (CVS), que também acompanha dez novos casos suspeitos na capital paulista.
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As mortes ocorreram em São Bernardo do Campo e na cidade de São Paulo, ambas associadas ao consumo de bebidas alcoólicas contaminadas. A gravidade da situação fez o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), emitir um alerta nacional após um aumento incomum de ocorrências em apenas 25 dias.
Segundo o Ciatox de Campinas, centro de referência em toxicologia, esse padrão é inédito: enquanto casos anteriores estavam ligados ao uso de combustíveis por ingestão deliberada, agora a contaminação foi registrada em bares e festas, envolvendo bebidas variadas como gin, whisky e vodka.
O metanol é um líquido incolor e altamente tóxico, usado na produção de combustíveis, tintas e plásticos. Mesmo em pequenas doses, pode causar cegueira, falência de órgãos e morte. Por lei, é proibido para consumo humano, mas criminosos o utilizam para adulterar bebidas, devido ao baixo custo.
A Senad chamou atenção para o potencial de um surto epidêmico, já que episódios de adulteração costumam resultar em múltiplos casos graves com alta letalidade, criando um cenário crítico de saúde pública que exige cuidados.
A população deve evitar produtos de origem duvidosa e consumir apenas bebidas com rótulo original, lacre intacto e selo fiscal. Essa recomendação se estende a bares, distribuidoras e supermercados, que devem redobrar a atenção à procedência dos produtos oferecidos.
Enquanto investigações avançam, autoridades sanitárias e de segurança alertam: cada dose de bebida adulterada pode ser letal.