O empresário Maurício Barreira Munhoz, dono da Empório Boa Terra, está trabalhando de forma improvisada junto com uma outra loja dentro do Mercadão Municipal de Piracicaba. Ele é um dos 15 permissionários que tiveram seus boxes afetados pelo incêndio que atingiu o local na madrugada do dia 23 de julho deste ano.
Prestes a completar dois meses da tragédia que atingiu este cartão-postal da cidade, na próxima terça-feira (23), há muitas perguntas e dúvidas, com poucas respostas. E o principal: os lojistas ainda não sabem efetivamente quando voltarão a trabalhar no local. O início das obras de restauração da parte afetada pelas chamas também não foi definido.
A tenda que será colocada no bolsão do estacionamento do Mercado Municipal ainda não tem data para ser colocada e essa indefinição preocupa os permissionários, que precisam voltar ao trabalho de forma urgente. Foram prometidas duas datas, que foram postergadas.
“Infelizmente, não temos nenhuma previsão. Todas as datas que nos foram passadas não se cumpriram e foram alteradas”, diz Munhoz. “Por exemplo, as tendas eram para ficar prontas 20 dias após o incêndio; depois foi alterada para dia 14 de setembro; depois para o dia 23 de setembro. Porém, até agora nada foi feito, a não ser instalação de três postinhos de energia na calçada”, emenda.
“Já em relação a reforma do prédio, não temos nenhuma informação certa. Apenas um comentário no mercadão de um prazo de seis meses, mas, formalmente, para nós que perdemos tudo, não foi dito nada. Nenhum compromisso com data nos foi confirmado: nem das tendas nem do mercadão. Infelizmente”, lamenta.
Munhoz, um dos representantes dos lojistas junto às autoridades, contou ao Jornal de Piracicaba que os permissionários afetados no incêndio estão “se virando” como podem para seguir trabalhando. “Eu sou um dos que estão trabalhando de forma improvisada junto com outra loja dentro do Mercadão; estamos trabalhando junto com a loja Box 19.”
“Tem lojistas trabalhando em espaços improvisados juntos com outros comerciantes dentro e fora do mercadão. Tem lojista que alugou outro ponto comercial fora do mercadão. Tem lojista que transformou a casa em estoque e o carro em loja móvel e tem aqueles que não conseguiram se recolocar e estão parados aguardando o retorno nas tendas e no mercadão”, enumerou Munhoz.
O incêndio, de grandes proporções, atingiu o Mercado Municipal na madrugada do dia 23 de julho, destruindo cerca de vinte boxes utilizados por comerciantes. As chamas se espalharam pela área central do prédio, localizado na região central da cidade. Equipes do Corpo de Bombeiros atuaram durante horas no combate ao fogo.
O local reabriu dois dias depois, de forma parcial e, desde então, as autoridades vêm trabalhando para reconstruir o mercadão. De acordo com o laudo do Instituto de Criminalística, as chamas começaram em uma fritadeira esquecida ligada dentro de uma pastelaria.
Estrutura provisória deve ser colocada ainda neste mês
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, informou que o projeto de reconstrução do prédio é de responsabilidade da empresa contratada pela Ascomep (Associação do Comércio Varejista do Mercado Municipal de Piracicaba), gestora do Mercado Municipal.
Entretanto, o projeto já foi elaborado e já passou pela aprovação do Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural). O pagamento das obras será feito pela empresa de seguro do prédio.
Sobre a estrutura provisória que será oferecida aos permissionários afetados, a Prefeitura está finalizando os trâmites necessários para a contratação, o que deve acontecer ainda neste mês. A estrutura será alocada no bolsão de estacionamento em frente ao Mercado Municipal.
A informação foi confirmada pela administradora da Associação do Comércio Varejista do Mercado Municipal de Piracicaba, Marcela Herling Olaia. “Sobre as tendas está prevista para ser montada até o final do mês”, contou nesta semana ao Jornal de Piracicaba.
Sendo assim, a Prefeitura fornecerá esse suporte para que os permissionários retomem seus trabalhos até que a reconstrução seja concluída. Além disso, criou o Fundo Solidário do Município de Piracicaba – Banco do Povo Piracicabano, que funcionará como um instrumento público de política de microcrédito, articulado com programas estaduais, nacionais e internacionais.