O empresário Rubens Ometto, fundador da Cosan e presidente do Conselho de Administração da companhia, declarou que as irregularidades reveladas pela Operação Carbono Oculto não surpreendem quem acompanha o setor de combustíveis. Segundo ele, esquemas de fraude e lavagem de dinheiro já fazem parte da realidade do mercado há muitos anos.
A fala ocorreu no 33º Congresso & Expo Fenabrave, realizado em São Paulo, um dia depois da participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no mesmo evento.
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Ometto recordou que, em 2008, quando a Cosan adquiriu a Esso, a empresa já lidava com um cenário marcado por adulteração de combustíveis, evasão fiscal e presença de grupos criminosos. “Compramos a Esso por causa disso que está nos jornais, de adulteração de combustíveis, entre outras coisas”, disse.
Ele ressaltou ainda que, naquele período, era de conhecimento público que facções criminosas atuavam no setor, o que afastou investidores estrangeiros. “A ilegalidade é um câncer que está tomando conta do nosso país”, afirmou.
Durante sua fala, Ometto também comentou o desempenho da Raízen, empresa da Cosam que opera a marca Shell no Brasil. No fim da manhã, os papéis da companhia subiam mais de 10% na B3. Questionado sobre a valorização, respondeu em tom bem-humorado: “Só isso?”.
A Cosan e a Shell uniram operações em 2011, dando origem à Raízen, que decidiu manter a bandeira Shell e encerrar as atividades dos postos Esso no país. Atualmente, a holding Cosan investe em empresas como Raízen, Comgás, Moove e Rumo, além de atuar na produção de açúcar, etanol, gás e lubrificantes.
