MAUS-TRATOS

Piracicaba acende alerta após 605 casos de maus-tratos a animais

Por Bruno Mendes/JP |
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Foto: Freepik
Nova lei sancionada por Tarcísio de Freitas sobre animais acorrentados complementa medias de proteção animal
Nova lei sancionada por Tarcísio de Freitas sobre animais acorrentados complementa medias de proteção animal

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou, na última segunda-feira (25), a lei que proíbe o uso permanente de correntes para manter cães e gatos presos. A medida, uma das mais significativas em defesa da causa animal no estado, foi aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e é de autoria do deputado estadual Rafael Saraiva (União Brasil).

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A proibição fortalece a atuação de ONGs e protetores que há anos buscam medidas mais rígidas contra o sofrimento animal, reforçando o bem-estar dos pets.

Denúncias e fiscalização em Piracicaba

Questionada sobre o impacto da nova lei no município, a Divisão de Proteção Animal de Piracicaba, vinculada à Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente (Sema), informou que não há um número específico de ocorrências de animais acorrentados. No entanto, o órgão registrou 605 denúncias de maus-tratos entre janeiro e agosto deste ano na cidade.

A fiscalização é realizada principalmente por meio de denúncias, que podem ser feitas pelo 153 (Guarda Civil) ou 156 (Prefeitura/SIP). O processo inclui o registro da denúncia, uma visita ao local, a aplicação de notificação ou multa e, em casos mais graves, a instauração de uma ação penal. Para aumentar as chances de uma ação eficaz, as autoridades incentivam os denunciantes a fornecerem evidências, como fotos e vídeos.
A Lei Federal já prevê detenção e multa para casos de maus-tratos. A nova legislação estadual complementa essas medidas, garantindo um ambiente mais seguro para cães e gatos em todo o estado.

Ao Jornal de Piracicaba, Cristiane Filletti, Diretora da SPPA (Sociedade Piracicabana de Proteção aos Animais), revelou que há muitos casos de acorrentamento, principalmente de cães, em Piracicaba e região. Segundo ela, a ONG recebe em média cinco denúncias por semana.

Para Cristiane, a nova legislação é um grande avanço para combater crueldade contra os animais: “As ONGs de Proteção ficam felizes em destacar que prender um animal de forma contínua não é apenas uma prática cruel, mas também pode ser considerado maus-tratos, sujeitos a penalidades legais.”, disse.

Porém, ela faz uma ressalva sobre uma “brecha” na lei: “A lei contém uma exceção permitida, apenas de forma temporária, quando não houver outra alternativa de contenção. Para nós, é ainda um risco, pois existe a dificuldade de cálculo da metragem e do tempo acorrentado. Como provar? Neste caso, a nova lei permite correntes do tipo “vaivém” ou similares, que permitam o deslocamento do animal. O respeito à vida e ao bem-estar animal é um dever de toda sociedade. Combater o acorrentamento é promover respeito, responsabilidade e amor pelos animais.”

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