Uma jovem de 22 anos morreu em Rio do Sul (SC) após sofrer um choque anafilático durante a realização de uma tomografia com contraste. O caso, ocorrido na última sexta-feira (20), reacendeu o debate sobre a segurança do uso dessas substâncias em exames de imagem, que embora sejam essenciais para diagnósticos precisos, podem causar reações adversas em situações específicas.
O que é o contraste nos exames de imagem
Os contrastes são substâncias químicas que melhoram a visualização de órgãos, tecidos e vasos sanguíneos durante exames como tomografia, ressonância magnética e radiografias. Dependendo da avaliação, podem ser usados compostos à base de iodo, bário ou gadolínio.
Esses agentes realçam detalhes invisíveis em exames comuns, permitindo a detecção de tumores, inflamações, entupimentos ou pequenas lesões com maior clareza.
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Possíveis reações adversas
Apesar de seguros para a maioria das pessoas, os contrastes podem provocar reações no organismo. Em casos leves, os sintomas incluem náusea, coceira, calor e urticária. Já nas situações moderadas, podem surgir broncoespasmo, taquicardia ou edema facial.
Os quadros graves, embora raros, podem evoluir para edema de glote, insuficiência respiratória e choque anafilático, com risco de morte. Estudos mostram que reações leves ao contraste iodado moderno ocorrem em até 3% dos pacientes, enquanto reações graves variam entre 0,01% e 0,04%. Para o gadolínio, usado em ressonâncias, a taxa de eventos graves é ainda menor, em torno de 0,001%.
Quem deve ter mais atenção
Pacientes com histórico de alergias, especialmente respiratórias como a asma, têm maior vulnerabilidade. Pessoas com doenças renais ou cardíacas também exigem cautela, pois podem apresentar complicações adicionais associadas ao uso do contraste.
Protocolos de segurança em hospitais
Antes da aplicação do contraste, as equipes médicas devem realizar uma entrevista clínica detalhada, investigando alergias, doenças crônicas e uso de medicamentos.
Durante o exame, hospitais e clínicas precisam estar preparados para agir de forma imediata em caso de reação, com adrenalina, corticoides, anti-histamínicos e suporte ventilatório disponíveis. Essa resposta rápida é considerada decisiva para salvar vidas.
Cuidados após o exame
Após a realização do procedimento, recomenda-se a ingestão de bastante líquido para ajudar os rins a eliminar o contraste. Pacientes com problemas renais devem seguir orientação médica específica, que pode incluir protocolos diferenciados.
Quando há histórico de alergia, existem alternativas seguras, como exames sem contraste, ultrassonografia ou, em casos inevitáveis, a utilização de pré-medicação com corticoides e anti-histamínicos para reduzir os riscos.