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Secretaria da Saúde proíbe Ozempic e similares no SUS; entenda

Por Bruno Mendes/JP |
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Foto: Freepik
A decisão coloca as canetas emagrecedoras restritas à rede privada, foi motivada principalmente pelo alto custo dos tratamentos e seu impacto orçamentário
A decisão coloca as canetas emagrecedoras restritas à rede privada, foi motivada principalmente pelo alto custo dos tratamentos e seu impacto orçamentário

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) emitiu um parecer desfavorável à inclusão de medicamentos à base de semaglutida e liraglutida no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, que mantém as chamadas "canetas emagrecedoras" restritas à rede privada, foi motivada principalmente pelo alto custo dos tratamentos e seu impacto orçamentário.

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A Conitec, órgão responsável por decidir quais tratamentos são incorporados ao sistema público de saúde, analisou pedidos para o uso de semaglutida (presente no Wegovy e Ozempic) para o tratamento de obesidade grave em pacientes com mais de 45 anos e doença cardiovascular, e de liraglutida (presente no Saxenda) para o tratamento de obesidade e diabetes tipo 2.

Alto custo e alternativa no SUS

Ambos os medicamentos são aprovados no Brasil para esses tratamentos, mas seu custo estimado é de cerca de R$ 1.000 por caneta aplicadora. A comissão destacou que o custo estimado para atender a demanda de pacientes no SUS seria de R$ 4,1 bilhões em cinco anos, podendo chegar a R$ 6 bilhões em casos de tratamento contínuo.

Outro ponto considerado pela comissão foi a necessidade de uso contínuo dos medicamentos, o que pressionaria o orçamento do Ministério da Saúde. Além disso, a Conitec ressaltou que o SUS já oferece uma alternativa para a obesidade: a cirurgia bariátrica.

A decisão da Conitec ocorre poucas semanas após o Ministério da Saúde anunciar uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica brasileira EMS para a produção de canetas à base de liraglutida e semaglutida. A EMS, inclusive, já lançou sua própria caneta emagrecedora, a Olire, para o tratamento da obesidade e diabetes.

A decisão foi recebida com preocupação pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), que defende a ampliação do acesso a esses tratamentos. A decisão ainda trará mais dicussões em breve.

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