DÍVIDA RECORDE

Raízen despenca após prejuízo bilionário; entenda

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Ao longo do dia, a queda passou de 15%, levando os papéis à mínima histórica
Ao longo do dia, a queda passou de 15%, levando os papéis à mínima histórica

A Raízen, maior produtora global de açúcar e etanol, teve um prejuízo de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/26 e viu suas ações despencarem nesta quinta-feira (14). Ao longo do dia, a queda passou de 15%, levando os papéis à mínima histórica. Por volta das 10h23, as ações eram negociadas a R$ 1,04, acumulando desvalorização superior a 40% desde janeiro.

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O resultado reverte o lucro de R$ 1,1 bilhão obtido no mesmo período da safra anterior e veio acompanhado de um salto na dívida líquida, que avançou de R$ 31,6 bilhões para R$ 49,2 bilhões em 12 meses. 
Segundo a companhia, o desempenho foi afetado pelo aumento das despesas financeiras, pela piora nas condições climáticas, por perdas em estoques na distribuição de combustíveis e por uma parada de manutenção mais longa que o esperado na Argentina.


Analistas apontaram que a Raízen terá de acelerar a redução do endividamento, com cortes de investimentos, venda de ativos e revisão no negócio de trading. A empresa confirmou que mantém discussões iniciais com os acionistas controladores sobre um possível aumento de capital e destacou que já vendeu as usinas Leme e MB e hibernou a unidade Santa Elisa.
No campo operacional, a moagem de cana-de-açúcar deve ficar no piso da projeção de 72 milhões a 75 milhões de toneladas nesta safra, abaixo das 78,2 milhões registradas no ciclo anterior.

A piora na qualidade da matéria-prima, causada por seca, queimadas e excesso de chuvas na colheita, deve reduzir a produção de açúcar e etanol no país, embora a demanda pelo biocombustível siga firme após o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%.
Mesmo diante do cenário adverso, a Raízen afirma que seguirá buscando ganhos de eficiência e produtividade agrícola para manter a escala nos negócios estratégicos e tornar o portfólio mais rentável.

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