HOMENAGEM AO ARTISTA

Documentários de piracicabanos celebram a história de Zé Risonho

Por Bia Xavier - JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Foto: Renan Costa de Negri
Zé Risonho foi um artista completo que levou sua sanfona e carisma por palcos, rádios e cinemas do Brasil.
Zé Risonho foi um artista completo que levou sua sanfona e carisma por palcos, rádios e cinemas do Brasil.

Dois documentários que resgatam a trajetória do artista Zé Risonho serão lançados na próxima quarta-feira (06/08), às 19h, no Centro Cultural de Charqueada, cidade onde o artista viveu seus últimos anos. A entrada é gratuita, e os filmes também estarão disponíveis no YouTube a partir do dia seguinte (07/08), às 20h.

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As obras — Entre Risos e Memórias: a vida de Zé Risonho em documentário, dirigido por Renan Costa de Negri, e Zé Risonho: um retrato da cultura brasileira, com direção de Chico Galvão — homenageiam Paulino Fernandes da Silva, o Zé Risonho, falecido em 11 de junho de 2025, aos 93 anos. Com apoio da Prefeitura de Charqueada e da Secretaria da Cultura, os projetos foram viabilizados por meio da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e Governo Federal.

Renan Costa de Negri destaca o valor de registrar memórias de artistas populares. “O resgate dos materiais guardados em suas malas e a possibilidade de poder ouvir suas memórias, registrando-as em audiovisual, são a prova de que todo artista merece ter sua história contada”, afirma. Para Chico Galvão, a trajetória de Zé Risonho representa a própria cultura brasileira. “Ele passou pelo rádio, circo, televisão e cinema. Cantava, tocava sanfona, interpretava… Era um artista completo. Este curta é um reconhecimento por tudo que fez pela nossa cultura".

Uma vida dedicada à arte

Nascido em 22 de junho de 1931, em Presidente Bernardes, Zé Risonho teve o nascimento registrado apenas mais tarde, mas sua arte nunca esperou por burocracias. Aos 15 anos, mudou-se para São Paulo impulsionado pela paixão pela música e pelo cinema. Trabalhou como faxineiro e feirante antes de ganhar espaço nos principais programas de calouros da época, como Calouros Platina e Peneira Rodine.

A sanfona e a influência de Luiz Gonzaga o levaram ao forró e ao baião. No rádio, foi apresentado ao Rei do Baião, e sua carreira deslanchou em palcos como o do Circo do Piolim. Com o grupo Os Cangaceiros, viajou pela América do Sul. No cinema, participou do pioneiro O Capanga (1957), primeiro filme brasileiro em Cinemascope.

Com sua irmã, formou a dupla Zé Risonho & Maria Fulô, batizada por Luiz Gonzaga. Gravaram faixas como “Toada ao Luar” e “Candangolândia”. O artista também marcou presença em filmes como O Homem Que Virou Suco e O Trabalhão no Planalto dos Macacos.

Nos últimos anos, atuou em produções independentes de Piracicaba, como os filmes de Cidão, morador do bairro Santa Rosa. Sua última grande apresentação foi em Mombuca, onde agradeceu ao público por mais uma vez subir ao palco. Zé Risonho se mudou para Charqueada em 2022, para morar com sua filha, Juciara Fernandes. Mesmo aos 90 anos, seguiu se apresentando com bandas como Malucos do Espaço e Cambalache. “Enquanto muitos artistas fazem da arte um bico, meu pai fez da arte o trabalho de uma vida”, resume a filha.

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