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Pesquisa revela que cães podem detectar a doença de Parkinson

Por Bruno Mendes/JP |
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Foto: Reprodução/Freepik
Pesquisa do Reino Unido revelou que cães treinados conseguem detectar  a presença de Parkinson em amostras de pacientes
Pesquisa do Reino Unido revelou que cães treinados conseguem detectar a presença de Parkinson em amostras de pacientes

Uma nova pesquisa, publicada na última segunda-feira (14) no The Journal of Parkinson’s Disease, aponta que os cães, podem ir além da companhia e se tornar verdadeiros aliados na medicina. O estudo, conduzido por pesquisadores da organização Medical Detection Dogs e das universidades de Bristol e Manchester, ambas no Reino Unido, demonstrou que cães treinados são capazes de detectar a doença de Parkinson pelo cheiro da pele dos pacientes mesmo antes que os primeiros sintomas se manifestem.

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"Estamos extremamente orgulhosos de dizer que, mais uma vez, os cães podem detectar doenças com muita precisão. O diagnóstico oportuno é fundamental, pois o tratamento subsequente pode retardar a progressão da doença e reduzir a intensidade dos sintomas", destacou Claire Guest, coautora do artigo, CEO e diretora científica da Medical Detection Dogs em comunicado oficial.

Como os cães identificam o Parkinson

Durante as observações, dois cães – Bumper, um Golden Retriever, e Peanut, um Labrador – foram submetidos a um treinamento intensivo por várias semanas. Eles foram expostos a mais de 200 amostras de sebo (substância oleosa da pele) de pessoas com e sem Parkinson. Em um teste duplo-cego, onde nem os participantes nem os pesquisadores sabiam quem estava recebendo tratamento ou intervenção, os resultados dos cães foram notáveis:

  1. Sensibilidade de até 80%: capacidade de identificar corretamente os pacientes com a doença.
  2. Especificidade de até 98%: capacidade de descartar corretamente quem não tinha a doença.

Os animais também conseguiram detectar a presença de Parkinson em amostras de pacientes que apresentavam outros problemas de saúde, reforçando a especificidade de sua detecção. As amostras eram apresentadas em um sistema de suporte, e os cães eram recompensados sempre que indicavam corretamente uma amostra positiva e por ignorar corretamente uma amostra negativa.

Atualmente, não existe um teste definitivo para diagnosticar o Parkinson, e em alguns casos, os sintomas podem levar até 20 anos para aparecerem. Nesse cenário, a descoberta de biomarcadores olfativos e a capacidade dos cães de identificá-los surge como uma esperança significativa para o diagnóstico precoce e uma intervenção terapêutica mais oportuna.

O que é o Parkinson?

A doença de Parkinson é uma condição crônica e progressiva causada pela neurodegeneração das células do cérebro. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas no mundo vivam com Parkinson. Embora seja mais comum em idosos com mais de 65 anos, pode se manifestar em outras idades.

A doença afeta principalmente as funções motoras, causando sintomas como: lentidão dos movimentos, rigidez muscular e tremores. Além disso, os pacientes podem apresentar diminuição do olfato, alterações do sono, mudanças de humor, incontinência ou urgência urinária, dor no corpo e fadiga. Cerca de 30% das pessoas com Parkinson também desenvolvem demência associada.

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