Entre os dias 23 de junho e 2 de julho, uma onda de calor atingiu 12 cidades da Europa Ocidental e Central, resultando em aproximadamente 2.300 mortes. A estimativa foi divulgada nesta quarta-feira (9) por pesquisadores do Imperial College de Londres e da Escola de Higiene e Medicina Tropical.
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Do total de óbitos, cerca de 1.500 foram atribuídos ao impacto das mudanças climáticas causadas por atividades humanas, conforme apontado pelo estudo. A análise considerou centros urbanos em países como Espanha, Portugal, Reino Unido, Alemanha, Itália, Grécia, Hungria e Croácia. As cidades avaliadas incluem Madrid, Barcelona, Lisboa, Londres, Frankfurt, Milão, Roma, Atenas, Budapeste e Zagreb.
Em países como Espanha e Portugal, os termômetros chegaram a 46°C. Em Londres, a sensação térmica foi registrada em até 48°C. Segundo os pesquisadores, se as temperaturas tivessem seguido os padrões históricos, o número de mortes teria sido estimado em torno de 800. O estudo indica que as mudanças climáticas triplicaram os óbitos no período analisado.
O levantamento utilizou modelos epidemiológicos combinados a dados de mortalidade. Os pesquisadores observaram casos em que o calor contribuiu para o agravamento de condições de saúde já existentes.
Segundo o programa Copernicus, da União Europeia, junho foi o mês mais quente já registrado na Europa Ocidental. A região enfrentou temperaturas fora do padrão climático habitual, associadas ao aumento da temperatura das águas superficiais do Mar Mediterrâneo.
Os pesquisadores destacaram que a maior parte das mortes por calor não é oficialmente registrada, já que muitos países não classificam a exposição ao calor como causa primária de morte. Por essa razão, eventos desse tipo são tratados em estudos científicos como “assassinatos silenciosos”.
A projeção do estudo também aponta que eventos de calor extremo devem ocorrer com maior frequência e intensidade, conforme o aquecimento global avança. Entre os grupos mais atingidos estão idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas e trabalhadores que atuam ao ar livre.
Além das mortes, a onda de calor provocou incêndios em diversas áreas. Em Marselha, na França, o fogo causou mais de cem feridos e forçou a retirada de moradores de suas residências.