PERIGO AO COMER

Nova pesquisa acende alerta sobre microplásticos na comida; veja

Por Bruno Mendes/JP |
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Foto: Reprodução/Freepik
Ingestão de pequenas partículas de plástico podem gerar grandes riscos aos seres humanos
Ingestão de pequenas partículas de plástico podem gerar grandes riscos aos seres humanos

Um novo estudo científico acende um sinal de alerta sobre a forma como interagimos diariamente com embalagens e utensílios plásticos. Uma revisão abrangente, publicada em 25 de junho na revista Science of Food, revela que ações tão simples como abrir uma garrafa plástica, aquecer comida no micro-ondas ou cortar ingredientes em tábuas de plástico são suficientes para liberar micro e nanoplásticos (MNPs) diretamente para nossos alimentos.

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A pesquisa analisou 103 estudos sobre a contaminação de alimentos por MNPs e concluiu que essas minúsculas partículas são liberadas mesmo quando os plásticos são usados exatamente como projetado pelos fabricantes. Segundo os autores, liderados pela bióloga Lisa Zimmermann, do Fórum de Embalagens de Alimentos, na Suíça, impressionantes 96% das amostras avaliadas apresentaram a presença de MNPs. Os dados foram coletados de artigos que investigaram desde embalagens até mamadeiras e tigelas reutilizáveis.

O que são Microplásticos?

Micro e nanoplásticos são fragmentos minúsculos que se desprendem de objetos plásticos devido ao tempo ou ao uso, especialmente com aquecimento, abrasão ou lavagem. Essas partículas já foram detectadas em diversos locais, incluindo alimentos, ar, água e até mesmo no corpo humano, presentes em órgãos vitais e na placenta.

Testes com camundongos também identificaram a presença dessas partículas em fetos, levantando sérias preocupações sobre os impactos ainda desconhecidos na saúde humana. Embora os efeitos completos ainda não sejam totalmente compreendidos, estudos iniciais sugerem possíveis associações com problemas cardiovasculares. Uma pesquisa de 2023, por exemplo, apontou que pacientes com doenças cardíacas e altos níveis de microplásticos nas artérias apresentavam um risco aumentado de morte.

O estudo também observou que alimentos ultraprocessados tendem a conter mais microplásticos do que os minimamente processados, o que pode ser atribuído ao maior contato com equipamentos plásticos ao longo da cadeia de produção.

Diante desses achados, os pesquisadores defendem a necessidade de adotar uma abordagem preventiva imediata. Para eles, reduzir a exposição da população aos microplásticos deve ser uma prioridade, o que implica em uma revisão urgente do uso em larga escala de embalagens plásticas no armazenamento e preparo de alimentos.

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