
O novo livro do pesquisador Francisco Ferreira, “O Senhor Delicadeza”, está em pré-venda pela editora Três Gatos. A obra mergulha na Piracicaba dos anos 1920, período marcado por uma intensa produção intelectual e artística. A cidade é apresentada como um polo cultural efervescente, onde educadores, artistas e jornalistas protagonizavam debates sociais e estéticos.
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A edição especial tem capa dura, miolo colorido e valor promocional de R$ 125,90 até o dia 18 de julho. A compra pode ser feita pelo site da editora, com frete grátis para Piracicaba e 5% de desconto no Pix. Os exemplares serão enviados entre 15 e 21 dias após a compra.
Sobre a obra
No centro da publicação está Octavio Prates (1896–1975), artista plástico, professor, ilustrador e pioneiro da gravura em metal na cidade. Recluso por grande parte da vida no bairro rural de São Joaquim, Prates é retratado como um verdadeiro “homem dos sete instrumentos”: desenhista exímio, caricaturista, artesão, educador e um dos precursores da arte gráfica local.
"Sabia de alguma importância dele, mas só durante a pesquisa fui descobrindo esse pioneirismo. Ele foi o autor da primeira exposição de um artista plástico na cidade, em 1917, e também publicou a provável primeira charge da imprensa local, na primeira página do Jornal de Piracicaba", contou Francisco em entrevista ao Jornal de Piracicaba. Prates era tio do autor, o que facilitou o acesso a um valioso acervo familiar com fotos, cartas e desenhos — materiais que enriqueceram a pesquisa e permitiram uma reconstrução aprofundada de sua trajetória.
Ao reconstituir a vida de Prates, Francisco também resgata toda uma geração de nomes que moldaram o cenário cultural da cidade no início do século 20. Foram tantos talentos atuando nas artes, na imprensa e na educação que o grupo ficou conhecido como o “perigo piracicabano” — tamanha sua influência e ousadia intelectual. Poetas, jornalistas, músicos, críticos, ativistas e professores compõem esse retrato coletivo de uma cidade então reconhecida como “Atenas Paulista”.
A obra é ilustrada com pinturas, desenhos e documentos históricos raros, e propõe uma reflexão sobre o apagamento da memória cultural local. "Gosto muito da Piracicaba antiga, da minha infância, da adolescência. E percebo que hoje há poucas instituições que guardem a história da cidade. As pessoas interessadas em algum tema têm dificuldade para encontrar fontes. Então faço isso também por um prazer pessoal, como forma de registrar o que poderia se perder", afirma o autor, que se define mais como pesquisador do que como escritor ou historiador.
Trajetória do autor
“O Senhor Delicadeza” é o terceiro livro de Francisco Ferreira dedicado à memória piracicabana. Em 2005, lançou “Noites de Pira – O sonho da boemia piracicabana nos anos 60 e 70”, sobre uma cidade moderna e culturalmente ousada. Já em “A Passagem da Cidade” (2020), explorou a transição entre os séculos 19 e 20, abordando uma Piracicaba que poderia ter sido e revelando os caminhos que moldaram seu desenvolvimento.