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Remédio popular pode elevar risco de demência, diz estudo

Por Bia Xavier/JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Imagem: Freepik
Uso prolongado de medicamentos indicados para problemas digestivos pode estar ligado ao aumento no risco de demência
Uso prolongado de medicamentos indicados para problemas digestivos pode estar ligado ao aumento no risco de demência

Uma pesquisa publicada na revista científica Neurology revelou que o uso prolongado de medicamentos amplamente indicados para problemas digestivos, como refluxo e gastrite, pode estar ligado ao aumento no risco de demência. Os dados acendem um alerta, principalmente para quem utiliza esses fármacos por vários anos consecutivos.

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A análise foi conduzida com 5.712 pessoas ao longo de quatro anos e meio. Os cientistas observaram que, entre os participantes que utilizaram continuamente esses medicamentos por mais de quatro anos, houve um aumento de 33% no risco de desenvolver demência. Segundo Kamakshi Lakshminarayan, pesquisadora da Universidade de Minnesota e uma das autoras do estudo, ainda são necessárias novas investigações para entender os mecanismos por trás dessa associação. Ela ressalta que o risco não foi observado em quem usou os medicamentos por períodos mais curtos.

Quais medicamentos estão envolvidos?

A classe dos Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs), que inclui omeprazol, pantoprazol e esomeprazol, é a principal envolvida na pesquisa. No Brasil, esses remédios são amplamente comercializados e indicados para tratar condições como gastrite, refluxo gastroesofágico, úlceras e esofagite. Embora eficazes para reduzir a produção de ácido no estômago, seu uso prolongado já havia sido associado a outros efeitos adversos, como deficiência de vitamina B12 e maior risco de fraturas. Agora, a possível relação com doenças neurodegenerativas adiciona uma nova preocupação.

Especialistas recomendam cautela. A interrupção súbita desses medicamentos não é indicada, pois pode agravar os sintomas digestivos. O ideal é discutir alternativas com um médico, que pode orientar mudanças no tratamento. Entre as opções estão o uso de antiácidos, ajustes na dieta, redução do consumo de cafeína e álcool, além de modificações no horário das refeições. Cada caso deve ser avaliado individualmente para garantir segurança e eficácia no controle dos sintomas.

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