MUAY THAI

Sem dinheiro, piracicabanas desistem de Mundial

Por Erivan Monteiro | erivan.monteiro@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Hegla: 'O investimento no esporte amador poderia abrir muitas portas para talentos'
Hegla: 'O investimento no esporte amador poderia abrir muitas portas para talentos'

Imagine você ser convocado por seu país para representá-lo no maior evento de sua área de atuação, mas ter de abrir mão desse sonho por falta de recursos. É o que aconteceu com as piracicabanas Hegla Ramos Ribeiro, 27, e Lannah Suellen Santos Brito, 24.

Convocadas pela Confederação Brasileira de Muay Thai – Boxe Tailandês para o Mundial da Tailândia, que será realizado entre os dias 18 e 22 de maio, em Bangkok, as meninas teriam de investir entre R$ 15 mil e R$ 20 mil para cobrir despesas de viagem, hotel, inscrição e uniforme, entre outros.

Lannah iria à competição na categoria adulto amador até 67 kg; enquanto Hegla na categoria adulto amador até 57 kg. Apesar da convocação, a Confederação Brasileira de Muay Thai – Boxe Tailandês não ajuda financeiramente seus atletas, que têm de pagar suas próprias despesas.

Com vice-campeonato, piracicabano faz história no Dakar-2025 

“Fiquei muito feliz por ter conquistado a vaga para o Mundial, porque me dediquei bastante no último ano. Mas, ao mesmo tempo, foi triste não conseguir ir por não dar para me planejar financeiramente e profissionalmente em pouco tempo”, conta Hegla.

“A convocação é sempre uma conquista, mas não consegui seguir com o plano. No entanto, estou tentando focar no que vem pela frente e continuar me preparando da melhor maneira possível”, declara Lannah.

Hegla disse que vários colegas se prontificaram a ajudar tanto ela quanto Lannah a arrecadar dinheiro. “No entanto, o valor necessário era muito alto e o tempo curto, o que tornou difícil juntar toda a quantia a tempo”, explicou.

‘DESANIMADOR’
As duas atletas sentiram na pele a falta de apoio ao esporte amador do Brasil, porque o nosso país não tem a cultura de investir em seus talentos.  
“É desanimador ver que tantos atletas perdem a chance de representar o Brasil por falta de apoio financeiro. O investimento no esporte amador poderia abrir muitas portas para talentos que, muitas vezes, acabam desistindo por falta de oportunidades”, declara Hegla.

“Vejo muitos atletas com grande potencial e que poderiam ir muito longe se tivessem o apoio necessário. O esporte amador no Brasil é carente de investimento, e isso faz com que muitas oportunidades se percam”, explica Lannah.

Agora, o que resta às duas atletas é treinar e esperar por outra oportunidade de representar o Brasil. “Eu vou continuar treinando com o mesmo foco e dedicação”, garante Lannah.

“Vou seguir treinando com foco em evolução técnica e no meu condicionamento físico. O Muay Thai é uma paixão para mim, e meu objetivo é seguir crescendo no esporte”, completa Hegla.

Comentários

1 Comentários

  • João de Oliveira Machado 21/02/2025
    Eu nunca vou entender o esporte no Brasil, temos vários atletas de alto nível, Se não for por eles próprios nunca iram alugar nenhum, digo isso porque desisti de lutar o Boxe porque não tive apoio da minha cidade para ir mais longe então preferi desistir e ser apenas um professor.