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'Queijo fake' gera alerta entre os consumidores

Por Da Redação | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Pixabay
O queijo também pode ser uma opção que 'engana' o consumidor desatento ao rótulo.
O queijo também pode ser uma opção que 'engana' o consumidor desatento ao rótulo.

Os produtos industrializados semelhantes estão presentes em várias categorias alimentícias. Nos derivados do leite, além de itens como requeijão, leite condensado e leite em pó, o queijo também pode ser uma opção que "engana" o consumidor desatento ao rótulo.

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Durante uma visita a um supermercado, foi encontrado o queijo mussarela processado. A princípio, não parecia haver diferenças entre ele e a mussarela convencional de outras marcas nas prateleiras. No entanto, um olhar mais atento revela que, além de mussarela, o produto inclui fécula de batata e uma combinação de aditivos descritos entre parênteses: fécula de batata e emulsificantes, como o hidrogenofosfato de di-sódio (INS 339ii) e o polifosfato de sódio (INS 452i).

Curiosamente, ao contrário de outros produtos similares disponíveis no mercado, o preço da mussarela processada era mais elevado do que o das outras opções no setor de frios, que tinham basicamente leite integral pasteurizado, sal (cloreto de sódio), cloreto de cálcio e coalho. Enquanto o produto processado (em peça de 3,7 quilos) custava R$ 49,90 quilos, a mussarela tradicional de outra marca estava sendo vendida por R$ 45,90 quilos.

Esse mesmo queijo processado se tornou viral nas redes sociais após a engenheira de alimentos Marilda Fajardo publicar um vídeo o apontando como “queijo falso”. Em sua postagem, ela afirmou que o sabor e outras características, como o derretimento e a textura ao ser fatiado, são diferentes da mussarela convencional.

Na publicação, consumidores compartilharam suas experiências com a muçarela processada, destacando as diferenças no sabor e nas qualidades sensoriais em comparação ao produto original. Uma consumidora lembrou que, muitas vezes, "compramos queijo fatiado" sem saber ao certo a marca ou os ingredientes presentes.

A pesquisadora Leila Maria Spadoti, vice-diretora do Centro de Tecnologia de Laticínios de Bactérias Lácticas (Tecnolat) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital/Apta/SAA), explicou que o queijo mussarela processado encontrado no supermercado segue uma regulamentação específica sobre a identidade e a qualidade dos queijos processados ou fundidos, estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Ela detalhou que a norma define o queijo processado como aquele obtido através de trituração, mistura, fusão e emulsão de uma ou mais variedades de queijo, podendo incluir outros produtos lácteos ou substâncias alimentícias.

Mesmo podendo conter ingredientes adicionais, a regulamentação exige que o queijo processado tenha no mínimo 75% de queijo em sua composição para ser classificado como tal.

A professora de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Ceará (UFC), Juliane Doering Gasparin Carvalho, complementa que a adição de outros ingredientes pode impactar o derretimento do queijo. Ela alerta que os consumidores devem estar atentos à embalagem, especialmente aos ingredientes e à tabela nutricional. "A mussarela processada pode ter um teor maior de carboidratos, o que pode torná-la inadequada para pessoas diabéticas. Além disso, pode haver uma redução nas proteínas em relação à muçarela convencional", esclarece Juliane.

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