PREÇO BAIXO

Preço do leite cai 2,7% em dezembro, aponta Esalq

Por Reinaldo Diniz | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 3 min
Pixabay
 No acumulado de 2024, segundo a pesquisa, o preço médio do leite foi de R$ 2,6362 por litro.
No acumulado de 2024, segundo a pesquisa, o preço médio do leite foi de R$ 2,6362 por litro.

Estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, revelou que o preço do leite captado em dezembro de 2024 atingiu R$ 2,5805 por litro na "Média Brasil". O valor representa uma queda de 2,7% em relação ao mês anterior, mas um aumento de 21% na comparação com dezembro de 2023, considerando a inflação medida pelo IPCA. No acumulado de 2024, segundo a pesquisa, o preço médio do leite foi de R$ 2,6362 por litro, o que corresponde a um crescimento real de 1,9% frente ao ano anterior.

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A redução no valor do leite cru está ligada ao avanço da safra e ao aumento sazonal da oferta nos campos, um movimento observado desde outubro de 2024. No entanto, o crescimento da captação não foi uniforme em todas as regiões produtoras, como indica o Índice de Captação de Leite (ICAP-L). Enquanto Minas Gerais, São Paulo e Bahia registraram alta na captação industrial, os estados do Sul e Goiás apresentaram redução. Isso resultou em um recuo de 1,4% na "Média Brasil" de novembro para dezembro. Ao longo do ano, o volume captado teve um crescimento acumulado de 18,3%, e as projeções do Cepea indicam um aumento de aproximadamente 2,5% na captação industrial em 2024, totalizando 25,2 bilhões de litros.

O aumento da produção está diretamente relacionado à melhoria da margem de lucro dos produtores. No entanto, a expansão poderia ter sido ainda maior caso o setor não tivesse sido impactado por condições climáticas adversas ao longo do ano.

A relação de troca entre leite e insumos agrícolas também melhorou em 2024. Em média, foram necessários 25 litros de leite para adquirir uma saca de milho, enquanto em 2023 esse número era superior a 27 litros. Porém, os custos de produção tiveram alta expressiva a partir do quarto trimestre, impulsionados pelo aumento nos preços dos insumos para nutrição animal e pela desvalorização do real em relação ao dólar. Em dezembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,21% na "Média Brasil" e acumulou alta de 2,88% no ano. Essa elevação dos custos pode limitar a continuidade da queda nos preços do leite cru no início de 2025.

O aumento da oferta de leite em dezembro também levou a uma elevação dos estoques de lácteos, o que pressionou os preços dos derivados. De acordo com levantamento do Cepea, realizado com o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), os preços do leite UHT caíram 3,16%, os do leite em pó fracionado reduziram 1,06% e os da muçarela tiveram uma queda de 0,69% no atacado paulista.

Além disso, a oferta elevada, o aumento dos preços dos lácteos no mercado internacional e a desvalorização do real resultaram em uma queda de 4,3% nas importações de leite em dezembro, enquanto as exportações cresceram 15,5%. Entretanto, ao longo do ano, a demanda interna crescente levou a um novo recorde nas importações, que somaram 2,35 bilhões de litros em equivalente leite (Eql), um aumento de 4,4% em relação a 2023. Já as exportações registraram um crescimento expressivo de 24,5% na comparação anual, totalizando 98,74 milhões de litros Eql, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) analisados pelo Cepea.

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