HOMICÍDIO EM FRANCA

'Ninguém pode tirar a vida de ninguém, mas no medo, você faz'

Por Laís Bachur | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Câmeras de Segurança | Laís Bachur/GCN
Momento em que Guilherme atira em Donizeti no chão; ao lado, Marisa de Oliveira, mãe do acusado Guilherme Vítor Silva Castro, de 21 anos
Momento em que Guilherme atira em Donizeti no chão; ao lado, Marisa de Oliveira, mãe do acusado Guilherme Vítor Silva Castro, de 21 anos

O caso da morte de Donizeti Coelho de Araújo Ferreira, de 33 anos, no último domingo, 7, no bairro City Petrópolis, zona norte de Franca, ganhou novos capítulos após o depoimento de Marisa de Oliveira, mãe do acusado Guilherme Vítor Silva Castro, de 21 anos.

Na última terça-feira, 16, Marisa se apresentou à delegacia e confirmou ponto a ponto a versão do filho, reforçando que a família já vivia há meses sob um cenário de medo e ameaças constantes.

Depoimento da mãe

Em seu relato, a mulher descreveu momentos de terror enfrentados pela família antes do crime. “Ninguém pode tirar a vida de ninguém, mas na hora que você vê o medo, você faz. Tem as filmagens dele arrombando o portão do meu filho há 30 dias. Ele parou a caminhonete, meu marido foi perguntar o que ele queria e ele respondeu que ia matar todos nós. Ele armou o revólver e chegou a disparar. Nós só tentamos desviar”, contou.

No dia do assassinato, segundo Marisa, Donizeti teria invadido a garagem, colidido contra o carro da família e partido para agressões. “Ele já saiu armado em minha direção. Meu filho pegou um vaso de planta e jogou nele, a arma caiu. Ele foi até a caminhonete pegar outra coisa, parecia ser outra arma. Eu tentei segurar sua mão, mas ele me arrastou pelos cabelos até o lado do motorista. Quando meu marido e meu filho viram a cena, começaram uma luta corporal. Os disparos do meu filho foram por medo”, concluiu.

Apresentação do acusado

Antes do depoimento da mãe, Guilherme já havia se apresentado espontaneamente à DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca, no dia 10, acompanhado da advogada Kellen Alves.

Na ocasião, ele confessou ser o autor dos disparos, mas alegou legítima defesa. Segundo a defesa, o jovem vivia sob pressão da vítima, que era seu concunhado, e já havia registrado ao menos dois boletins de ocorrência relatando ameaças.

Histórico de conflitos

Um dos episódios mais graves ocorreu quando Donizeti teria usado uma corda presa à caminhonete para arrancar o portão da residência de Guilherme, deixando a família em pânico. O motivo da desavença, segundo os registros, envolvia roupas e objetos pessoais da ex-companheira de Guilherme, que era irmã da namorada de Donizeti.

Além disso, Guilherme relatou à polícia que Donizeti já havia apontado arma contra ele em cinco ocasiões distintas.

O dia do crime

No domingo, 7, Guilherme estava na casa dos pais quando, segundo ele, ouviu disparos próximos à residência. Ao sair para verificar, se deparou com Donizeti chegando exaltado em sua caminhonete.

Segundo o acusado, o homem chegou em seu veículo aos gritos, afirmando que mataria toda a família. O pai de Guilherme teria dado um tapa no retrovisor do carro, momento em que Donizeti sacou uma arma.

A discussão evoluiu rapidamente para briga física e, em meio ao confronto, Donizeti invadiu a casa da família avançando com a caminhonete na garagem em direção à família, atingindo inclusive o veículo Onix que estava estacionado.

Na sequência, houve uma briga corporal. Guilherme, então, foi até a caminhonete de Donizeti, pegou a arma da vítima e disparou contra o concunhado, que não resistiu aos ferimentos e morreu.

Investigação

A Polícia Civil segue investigando o caso, ouvindo testemunhas e analisando registros de câmeras de segurança. A defesa de Guilherme sustenta que ele agiu em legítima defesa, enquanto a acusação trabalha para definir se houve excesso na reação, já que a vítima já estava caída no chão.

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Comentários

5 Comentários

  • bolde 22/09/2025
    Pelo jeito o cara estava assediando moralmente a família a tempos. Pra mim, essa história é de legítima defesa mesmo.
  • Augusto 21/09/2025
    O CAC nenhum momento atirou Pelo que Vi no vídeo, juntou três Pessoas em uma Só , como Foi legítima Defesa ?
  • Lils 20/09/2025
    Matar CAC deveria ter anistia tbm.
  • Claudinei Deolindo de Queiroz 20/09/2025
    Aquele tanto de gente contra um ainda fica com medo, atirou na cabeça duas vezes foi para matar realmente jamais por legítima defesa legítima defesa teria escondido a arma ele já estava no chão caido
  • ALEXANDRE CESAR LIMA DINIZ 20/09/2025
    Esse Donizete parece que era muito corajoso porque tinha arma, parabéns, morreu pela própria arma. Parabéns a todos que defendem o porte de armas, justiça seja feita e antes que desgracem a vida de alguém que a arma se volte contra eles.