O transporte aéreo brasileiro pode enfrentar turbulência já no início da próxima semana. Pilotos e comissários de bordo declararam estado de greve e não descartam suspender voos a partir da próxima segunda-feira (29), caso não haja avanço nas negociações salariais com as companhias aéreas.
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O alerta foi feito pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que informou a realização de uma assembleia decisiva na manhã do dia 29 para avaliar a deflagração da paralisação. A mobilização ocorre em meio a um impasse sobre reajuste salarial e outras reivindicações trabalhistas da categoria.
Negociação corre contra o tempo
Em uma tentativa de evitar a greve, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) marcou uma audiência de mediação para a tarde desta terça-feira (23), em Brasília. Apesar disso, o SNA afirmou que o encontro não altera o cronograma da categoria.
Em comunicado, o presidente do sindicato, Tiago Rosa da Silva, destacou que a assembleia está mantida independentemente da mediação. Segundo ele, as empresas seguem resistentes a conceder aumento real, mesmo diante de resultados financeiros positivos.
Lucros em alta, salários em debate
O sindicato aponta uma contradição no cenário do setor aéreo. Enquanto os tripulantes cobram recomposição salarial, as companhias aéreas registram desempenho econômico expressivo em 2025. O SNA cita, inclusive, a Azul, que apresentou resultados acima do esperado mesmo estando em processo de recuperação judicial.
No mesmo dia do anúncio do estado de greve, a companhia divulgou uma oferta pública de ações que pode movimentar mais de R$ 7 bilhões, reforçando o argumento do sindicato sobre a capacidade financeira do setor.
Aviação em ritmo recorde no Brasil
Os dados oficiais reforçam o momento aquecido do transporte aéreo. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o Brasil deve encerrar o ano com cerca de 130 milhões de passageiros, superando, pela primeira vez, os números registrados antes da pandemia.
Entre janeiro e novembro, mais de 117 milhões de pessoas viajaram de avião no país — um crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024. Já a oferta de assentos em voos domésticos alcançou 91,9 milhões, alta de 8% na comparação anual.