Erros ortográficos fazem parte da rotina de qualquer falante de português, mas algumas confusões seguem firmes mesmo entre quem domina bem a escrita. Entre as mais frequentes está a troca entre G e J — um tropeço que persiste há décadas e que sempre reaparece em provas, concursos e conversas online. O motivo é simples: no português brasileiro, o G diante de E e I produz o mesmo som do J. A semelhança deixa a grafia vulnerável à escrita “pelo ouvido”, especialmente em palavras aprendidas na oralidade ou herdadas do latim e do francês, que mantêm o G suave.
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A seguir, saiba mais sobre oito termos que lideram o ranking de erros e que, apesar da pronúncia, devem sempre ser escritos com G.
- Geringonça: Entre os deslizes mais comuns está “jeringonça”. O termo correto — geringonça — designa algo improvisado, instável ou malfeito.
- Gesto: Mesmo com som de J, a forma certa é gesto. A palavra vem do latim gestus e mantém o G desde a origem.
- Engenho: Não existe “enjenho”. Engenho aparece em toda a família de palavras ligadas a criar, inventar, planejar.
- Geleia: A grafia francesa gelée inspirou o termo em português, por isso permanece com G. A escrita “jeleia” é bastante comum, mas incorreta.
- Gíria: Outro erro frequente é “jíria”. A forma oficial é gíria, usada para indicar expressões típicas de grupos sociais.
- Congelar: A relação direta com gelar faz com que o verbo necessariamente comece com G — nada de “conjelar”.
- Gentileza: Apesar da sonoridade suave, gentileza segue o padrão de palavras como “gente” e “gentil”, todas iniciadas com G.
- Gargalhadas: Alguns registros já flagraram “jas gargalhadas”, mas o correto é gargalhadas, referência a risadas intensas.
Por que a confusão persiste?
A principal razão está na fonética: o ouvido não distingue o som do G suave do J, o que força o falante a confiar na memória visual. Como muitas dessas palavras circulam mais na fala do que na escrita, o erro se repete até virar hábito.
Para reduzir dúvidas, especialistas recomendam reforçar a leitura, observar famílias de palavras (como “gelo”, “gelar”, “congelar”), consultar dicionários em casos duvidosos e anotar ocorrências frequentes. Pequenos cuidados ajudam a fixar as grafias corretas e deixam a escrita mais clara e confiante.