ALTO RISCO

Efeito colateral de remédio vicia pacientes em sexo; VEJA QUAL

Por Da redação |
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Pacientes que tomaram medicamentos para distúrbios de movimento, como a síndrome das pernas inquietas (SPI), relatam mudanças drásticas no comportamento sexual e financeiro, muitas vezes sem terem sido informadas sobre os riscos. Segundo especialistas, os efeitos colaterais podem ser devastadores, afetando de 6% a 17% dos usuários desses medicamentos.

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Os remédios, conhecidos como agonistas da dopamina, são prescritos para reduzir a necessidade constante de movimentar as pernas e a sensação de desconforto da SPI. No entanto, ao estimular excessivamente a dopamina — neurotransmissor ligado ao prazer e à recompensa —, eles podem levar a comportamentos impulsivos, incluindo aumento da libido, jogos de azar e compras compulsivas.

Estudos internos de fabricantes, como um relatório de 2003 da farmacêutica GSK, já identificavam a relação entre o Ropinirol — um dos agonistas mais comuns — e condutas sexuais "fora do padrão". Casos relatados incluíam homens com aumento descontrolado de libido e até agressões sexuais. Apesar disso, as informações sobre tais efeitos só foram incorporadas de forma mais explícita nas bulas anos depois.

Mulheres que tomaram os medicamentos relatam que inicialmente o tratamento trouxe alívio dos sintomas da SPI, mas que, ao longo do tempo, surgiram impulsos sexuais e comportamentos de risco totalmente novos para elas. Algumas passaram a buscar sexo com estranhos, vender conteúdo sexual online ou desenvolver hábitos de jogo e compras compulsivas, acumulando dívidas que ultrapassaram centenas de milhares de reais. Ao interromper o uso do medicamento, muitos desses comportamentos cessaram rapidamente.

A SPI afeta cerca de 5% da população adulta, sendo o dobro de mulheres em comparação aos homens. Especialistas alertam que os efeitos comportamentais desses medicamentos são subnotificados, pois há grande estigma e vergonha em relatar tais situações. Profissionais de saúde defendem que pacientes devem ser informados de forma clara e acompanhados durante todo o tratamento, para reduzir riscos.

Em outros países, como França e Estados Unidos, casos semelhantes foram documentados, incluindo compulsões sexuais e comportamentos agressivos em animais, reforçando a necessidade de atenção global sobre esses efeitos. Enquanto isso, autoridades de saúde do Reino Unido recomendam que o uso desses medicamentos seja monitorado e limitado sempre que possível, evitando tratamentos prolongados sem acompanhamento adequado.

Apesar de eficazes para controlar a SPI, os agonistas da dopamina exigem cautela. Médicos, fabricantes e pacientes precisam estar cientes do potencial para mudanças comportamentais drásticas, que podem impactar seriamente a vida pessoal, social e financeira dos usuários.

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