SAIBA QUANTO SUBIU

Novo salário mínimo: aumento entra em vigor em 1° de janeiro

Por Da Redação |
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
 O novo piso representa um aumento de R$103
O novo piso representa um aumento de R$103

O valor do salário mínimo nacional será de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026. O novo piso representa um aumento de R$ 103 em relação aos R$ 1.518 atualmente em vigor.

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O cálculo oficial resultou em um valor menor do que as projeções anteriores do governo. O montante de R$ 1.621 ficou:

R$ 10 abaixo do previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 (R$ 1.631).

R$ 6 abaixo da estimativa divulgada pelo governo no final de novembro (R$ 1.627).

A principal razão para o ajuste para baixo é a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou um patamar menor do que o antecipado.

Para entrar em vigor, o novo valor ainda requer a oficialização por meio de um decreto presidencial assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O reajuste será efetivado em 1º de janeiro, sendo pago aos beneficiários (trabalhadores, segurados do INSS, BPC, etc.) no início de fevereiro.

Regra de cálculo e impacto

O reajuste do salário mínimo segue a regra da política de valorização retomada pelo governo. Essa regra considera dois componentes:

Inflação: O reajuste do valor anterior (R$ 1.518) pela inflação medida pelo INPC acumulado em 12 meses até novembro (4,18%).

Ganho Real: O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, com o teto de 2,5% (estabelecido pelo marco fiscal).

Cálculo: (R$ 1.518 * 4,18% de inflação) + (2,5% de aumento real) = R$ 1.621.

A Constituição Federal estabelece que o salário mínimo deve ser reajustado pelo menos pela inflação para preservar o poder de compra. No entanto, a regra atual visa garantir um aumento real (acima da inflação), limitado a 2,5% pelo teto de gastos.

Abrangência e impacto social

O salário mínimo é o piso salarial legalmente permitido para trabalhadores formais no país. Conforme a Constituição, ele deve garantir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, educação, etc.).

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor serve de referência para 59,9 milhões de pessoas no Brasil. Isso inclui:


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Trabalhadores que recebem o piso ou múltiplos dele.

Aposentadorias e benefícios previdenciários (como o BPC e seguro-desemprego) vinculados ao valor do mínimo.

O Dieese calculou que o salário mínimo ideal para a manutenção de uma família de quatro pessoas em novembro deveria ser de R$ 7.067,18, ou seja, 4,66 vezes o valor vigente (R$ 1.518).

Vale lembrar que, nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, o reajuste do salário mínimo seguiu exatamente essa regra. Foi reajustado apenas pela inflação, sem ganho real. No mandato de Lula, o salário mínimo voltou a subir acima da inflação

Impacto nas contas públicas

O aumento do salário mínimo implica um crescimento nas despesas obrigatórias do Governo Federal, uma vez que benefícios e aposentadorias estão atrelados a esse valor.

Estimativas governamentais indicam que cada aumento de R$ 1 no salário mínimo gera uma despesa adicional de aproximadamente R$ 420 milhões em 2026. Assim, o reajuste de R$ 103 representa um acréscimo de cerca de R$ 43,2 bilhões nas despesas obrigatórias.

Esse aumento nas despesas obrigatórias limita a disponibilidade de recursos para gastos discricionários (livres), podendo influenciar a execução de políticas públicas federais.

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