O Complexo da Penha viveu uma das noites mais tristes e assustadoras de sua história. Depois da operação policial mais letal já registrada no Rio de Janeiro, contra o Comando Vermelho, com confronto pesado, moradores da comunidade passaram a madrugada desta quarta-feira (29) levando dezenas de corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas — uma das vias mais movimentadas da região.
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Segundo relatos locais, pelo menos 70 corpos foram colocados lado a lado no chão da praça. Homens, quase todos jovens, alguns sem camisa e com marcas de tiros, que participaram do confronto foram trazidos da área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde os confrontos entre policiais e traficantes foram intensos na terça-feira (28).
De acordo com as iinformações, já são entre 125 e 130 mortos, incluindo 4 policiais. Nem todos os corpos levados à praça estavam nos números divulgados pelo governo.
O clima entre os moradores era de choque, revolta e desespero. Muitos ajudaram a carregar os corpos em lençóis, carrinhos e em veículos.
A cena impressionante dos corpos espalhados na praça causou comoção mas pessoas, no Brasil e no mundo, mesmo sendo resultado de um pesado confronto armado. Rostos desfigurados e famílias tentando reconhecer parentes pelas tatuagens, cicatrizes e marcas de nascença, impactaram populares.
A Polícia Civil informou que o reconhecimento oficial está sendo feito no Instituto Médico-Legal (IML) do centro do Rio, com apoio do prédio do Detran.O local foi isolado e só equipes da Polícia e do Ministério Público podem entrar durante os exames. As necropsias sem ligação com a operação serão encaminhadas ao IML de Niterói.