A Justiça manteve, nesta sexta-feira (10), a prisão do vereador de Piracicaba (SP) Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), após audiência de custódia realizada no final da manhã. O parlamentar seguirá preso por mais 30 dias e será encaminhado para a cadeia de Tremembé (SP), unidade que abriga casos de grande repercussão.
Prisão e investigações
A decisão ocorre no contexto de investigações por suposta importunação sexual envolvendo o vereador. O caso mais recente veio a público após duas mulheres procurarem a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba, no dia 7 de outubro, para registrar denúncias contra ele.
Cássio já era investigado por outro episódio semelhante, que teria ocorrido em 22 de setembro, dentro do próprio gabinete parlamentar. Segundo os relatos, uma das vítimas procurou o vereador em busca de ajuda para conseguir emprego e, durante o encontro, teria sido alvo de avanços físicos e tentativas de contato forçado.
Além da residência do parlamentar, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seu gabinete na Câmara Municipal e em um escritório particular.
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Câmara e partido se manifestam
Cássio Fala Pira está em seu segundo mandato como vereador, tendo sido reeleito em 2024 com 4.676 votos.
Em nota oficial, a Câmara de Piracicaba afirmou que acompanha o caso de perto e que vem colaborando com as investigações:
“A Casa de Leis informa que, desde o conhecimento dos fatos, tem prestado suporte irrestrito às autoridades competentes, incluindo o fornecimento de informações e a cooperação necessária para o bom andamento dos trabalhos. A presidência está em contato permanente com a Procuradoria Legislativa, garantindo que todas as medidas regimentais e legais sejam tomadas”, diz o comunicado.
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O Partido Liberal (PL), ao qual o vereador é filiado, também se pronunciou. Em nota, o diretório municipal declarou confiança na Justiça e na Polícia Civil, destacando a gravidade das denúncias e a importância de uma apuração rigorosa e imparcial. O partido afirmou ainda que, caso os fatos sejam confirmados após o devido processo legal, poderá abrir processo disciplinar que leve à expulsão do parlamentar.
O que diz a defesa
Os advogados Jonas Parisotto e Osmir Bertazoni, que representam o vereador, contestam as acusações e afirmam que as denúncias “carecem de verossimilhança”.
“Os relatos apresentados por supostas vítimas não encontram respaldo nas frágeis acusações divulgadas em redes sociais, que se traduzem em linchamento virtual. O vereador não foi sequer ouvido antes da representação de prisão temporária. Reiteramos confiança na Justiça e no devido processo legal”, diz a nota enviada ao Jornal de Piracicaba.
A defesa reforçou o direito constitucional à presunção de inocência e classificou a prisão como “medida excepcional”.
Próximos passos
A Justiça determinou que o vereador permaneça preso por 30 dias enquanto prosseguem as investigações. O caso segue sob responsabilidade da Delegacia de Defesa da Mulher de Piracicaba, que deve concluir o inquérito e encaminhar o resultado ao Ministério Público.
Enquanto isso, Cássio Fala Pira solicitou licença do cargo até dezembro, segundo informações apuradas junto à Câmara Municipal.