A defesa do vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), conhecido como Cássio "FalaPira", preso temporariamente na manhã desta quinta-feira (9) sob acusação de crimes sexuais, negou veementemente as denúncias e sugeriu que há motivação política por trás das acusações.
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O parlamentar foi detido em cumprimento a mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, no contexto de investigações sobre sete denúncias de crimes sexuais. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em sua residência, gabinete na Câmara Municipal e escritório particular.
Prisão temporária de até 30 dias
Os advogados, constituídos na véspera, esclareceram que se trata de uma prisão temporária, não preventiva. "A prisão temporária dura no máximo 30 dias. Não é prisão preventiva, onde a pessoa fica à disposição da Justiça até o final do processo", explicou um dos defensores.
Segundo a defesa, o vereador tem total disposição em colaborar com as investigações e já forneceu documentos e provas que, segundo eles, atuam em seu favor. "Ele não tem o que temer. Já nos passou uma série de documentos, de provas, que vão efetivamente a favor dele", afirmou.
Negação das acusações e suposta falta de provas
Os advogados negaram categoricamente todas as acusações. "Ele nega de forma veemente todas as acusações. Nós já tomamos ciência de boa parte delas e também de boa parte das provas que ele tem a favor dele", declararam.
A defesa alega inconsistências nos relatos. "Quando você põe uma data, um horário, não existe agenda do vereador. São elementos que nós já estamos analisando. Muitos derrubam várias das acusações", argumentaram, citando ainda o sistema de segurança com gravações na Câmara de Vereadores.
Tese de motivação política
Um dos pontos centrais da entrevista foi a sugestão de que há interesses políticos por trás das denúncias. "Nós estamos num meio político também, não podemos nos esquecer disso. E há vereador que é suplente", disseram os advogados, sem nomear possíveis envolvidos.
A defesa também mencionou que o vereador tem feito denúncias contra o Ministério Público Federal e Estadual em relação a instituições que estão sob intervenção judicial em Piracicaba. "Inimigos pra ele não falta", afirmaram.
Os advogados ainda questionaram a veracidade dos relatos, alegando que pessoas foram "estimuladas por redes sociais" a procurar a delegacia. "Nós estamos falando em números de pessoas que vieram até essa delegacia, estimuladas por rede social. Algumas estimuladoras que depois se apresentaram como tal", declararam.
Medidas jurídicas
A defesa informou que está tomando providências legais, incluindo o registro de boletins de ocorrência por crimes contra a honra e stalking, previsto no artigo 147-A do Código Penal. "Isso tudo nós vamos apurar", garantiram.
Os advogados ressaltaram que o vereador se colocou à disposição das autoridades e "abriu todo o acervo que ele tem dentro da casa dele, na Câmara de Vereadores".
As denúncias
Segundo informações anteriores, sete mulheres denunciaram o vereador, cada uma com relatos diferentes. O caso mais recente teria ocorrido no dia 22 de setembro, dentro do próprio gabinete parlamentar, quando uma mulher que foi tratar de uma vaga de emprego relatou ter sofrido importunação sexual.
A Polícia Civil segue com as investigações, e o vereador permanecerá à disposição da Justiça por até 30 dias.
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