Metade dos moradores que saem para trabalhar em Piracicaba prefere o carro às demais opções de transporte. Dados recém-divulgados pelo Censo 2022 mostram que 50,11% dos piracicabanos utilizam o carro como principal meio de locomoção profissional. O estudo, primeira incursão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre mobilidade cotidiana, também revela que o percurso costuma ser breve: 43,5% dos motoristas chegam ao destino em 16 a 30 minutos.
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Ônibus surgem na segunda posição, com 22,88% de usuários. Para essa parcela, porém, o deslocamento é mais longo: 47,45% gastam entre 31 minutos e uma hora para completar o trajeto. A caminhada aparece em seguida (9,76%), e mais de um terço dos pedestres (34,93%) cobre a rota em até 15 minutos. Motos respondem por 11,97% das escolhas, enquanto bicicletas (1,56%) e outros meios (3,7%) completam a lista.
Realidade Brasileira
A rotina de 8,7 milhões de brasileiros é marcada por longos deslocamentos diários, com 1,3 milhão deles dedicando mais de duas horas para ir e voltar do trabalho. Este cenário contrasta com a realidade da maioria, onde 56,3% (40,1 milhões) conseguem completar seu trajeto em 6 a 30 minutos, e 10,3% (7,3 milhões) levam menos de cinco. Contudo, para uma parcela significativa – 14,5 milhões de pessoas – o percurso dura entre 31 minutos e uma hora, enquanto 7,4 milhões enfrentam jornadas de uma a duas horas.
Essa disparidade é ainda mais acentuada por recortes sociais. Homens representam a maioria nos deslocamentos mais extenuantes (857 mil acima de duas horas, contra 402 mil mulheres), enquanto as mulheres concentram as viagens mais curtas. A renda também pesa: 2,2% dos que ganham até meio salário mínimo perdem mais de duas horas no transporte, uma proporção que cai para 1,3% entre os de maior renda. Similarmente, a cor/raça aponta para pretos com maior proporção em viagens de uma a duas horas (13,9%), enquanto brancos predominam nos trajetos mais breves. Especialistas apontam que, no interior, percursos curtos abrem portas para investimentos em ciclovias e transporte coletivo eficiente, mas nas grandes metrópoles, o desafio é complexo, exigindo soluções para aliviar a dependência de transportes superlotados e o consequente tempo perdido pelas populações de baixa renda.
Veja o levantamento completo neste link.