Celebrado nesta terça-feira (09), o Dia do Veterinário é um momento para reconhecer a importância de uma profissão que vai muito além do cuidado com os pets. A médica veterinária Ana Carolina Peroni Gomes, formada na Anhanguera Campinas, compartilhou com o Jornal de Piracicaba a sua história de vida marcada por coragem e determinação.
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“Eu sempre tive o sonho de ser veterinária, mas assim que saí do colegial não tinha maturidade o suficiente para isso. Segui carreira na aviação e fui comissária de bordo por seis anos, na TAM. Com o tempo, percebi que meu verdadeiro desejo era cursar veterinária. Em 2014, decidi deixar tudo para trás e seguir esse sonho”, relembra.
Hoje, Ana atua na clínica e cirurgia de cães e gatos, área pela qual se apaixonou durante a graduação. “Quando tive contato com a cirurgia, me encantei. Sempre quis trabalhar com pequenos animais e hoje tenho a certeza de estar onde deveria”, afirma.
A veterinária reforça que não vê colegas como concorrentes, mas sim como parte de um espaço amplo de atuação. “Cada profissional tem seu diferencial. A medicina veterinária tem um papel fundamental na saúde pública, porque vai muito além do cuidado com os pets. Atuamos na prevenção e controle de zoonoses, na inspeção de alimentos, na pesquisa científica, no meio ambiente e até no bem-estar das comunidades. Nosso trabalho é essencial para garantir a saúde única — a integração entre saúde animal, humana e ambiental.”
Para ela, o recado aos futuros profissionais é de inspiração: “Escolham essa profissão com amor e consciência da sua grande responsabilidade. Sigam com dedicação, ética e paixão — porque ser veterinário é, acima de tudo, cuidar da vida em todas as suas formas. O mundo precisa de pessoas realizadas, e não apenas de vagas preenchidas.”
Saúde única e preservação do meio ambiente
O médico veterinário Iago Junqueira, formado pela Universidade Federal de Lavras e Mestre em Ciências Animais pela UESC, ressalta que a profissão vai muito além dos atendimentos em clínicas. “O veterinário é um profissional chave em muitas interfaces: saúde animal, ambiental e humana. A gente chama isso de saúde única, em que estas três áreas se correlacionam e são indissociáveis”, explica.
Atualmente, Iago é CEO e professor de anatomia, conservação e medicina de animais silvestres na The Wild Place – Educação para a Conservação (@wildplacebr). Ele destaca sua atuação com anfíbios como exemplo prático dessa relação. “Esses animais enfrentam uma pandemia há mais de 50 anos, que reduz suas populações drasticamente. A falta de anfíbios desequilibra o ecossistema e provoca a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, como a dengue. Ou seja, cuidando de anfíbios, eu ajudo o meio ambiente e, indiretamente, a saúde das pessoas”, afirma.
A visão da nova geração
Já para Julia Silva, estudante de medicina veterinária da USP Pirassununga, a profissão tem ganhado cada vez mais relevância social. “Hoje em dia, os animais não são apenas pets, fazem parte da família. Isso fez com que a medicina veterinária se tornasse ainda mais presente no dia a dia das pessoas”, diz.
Apesar disso, Julia reconhece os desafios. “O veterinário ainda é muito desvalorizado. Espero que futuramente possamos ter melhores condições de trabalho e reconhecimento. Medicina veterinária também é medicina.”
Motivada por amor aos animais e interesse pela área da saúde, Julia enxerga um futuro promissor. “É uma área em crescimento, com muitas especialidades surgindo. O dia a dia não é só lidar com animais fofos, é encarar desafios. Mas tenho grandes expectativas com o futuro da profissão” finaliza.
