Os Correios informaram na sexta-feira (5) que registraram prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025. O resultado representa aumento de 222% em comparação ao prejuízo de R$ 1,35 bilhão apurado no mesmo período de 2024.
Saiba Mais:
- Itaú promove demissões em massa por “problemas de produtividade”
- Uso de medicamentos para disfunção erétil pode causar infarto
No segundo trimestre, a estatal registrou perdas de R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes acima do prejuízo de R$ 553 milhões verificado entre abril e junho de 2024.
A receita líquida caiu de R$ 9,28 bilhões no primeiro semestre de 2024 para R$ 8,18 bilhões em 2025. As despesas gerais e administrativas passaram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões. As despesas financeiras aumentaram de R$ 3,09 milhões para R$ 673 milhões. Os custos com produtos e serviços subiram de R$ 7,8 bilhões para R$ 7,9 bilhões.
Motivos apontados
No balanço, os Correios informaram que enfrentam restrições financeiras ligadas a fatores externos que reduziram a geração de receitas. A empresa citou a retração do segmento internacional, em razão de mudanças regulatórias nas importações, o que teria provocado queda no volume de postagens e aumento da concorrência.
Para tentar reverter o cenário, os Correios anunciaram um plano de contingência voltado para diversificação de serviços, expansão comercial, redução de custos operacionais e modernização de processos. A estatal também iniciou a implantação de um marketplace próprio e obteve autorização de crédito de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), destinado a investimentos em logística e automação.
Perspectivas
Em entrevista concedida em julho, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou que a recuperação da estatal depende de cortes de gastos e aumento de receitas. Segundo ela, os Correios perderam o monopólio das entregas no país, mas mantêm a obrigação de oferecer serviços em todo o território nacional.
A empresa comprometeu-se a economizar R$ 1,5 bilhão em 2025. Uma das medidas previstas é o Plano de Desligamento Voluntário, que pode gerar economia anual de R$ 1 bilhão.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, pediu demissão em julho, mas permanece no cargo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até que seja definido um substituto.
Histórico recente
Os Correios acumulam resultados negativos desde 2022. Naquele ano, o prejuízo foi de R$ 767 milhões. Em 2023, caiu para R$ 596 milhões. Em 2024, o valor negativo chegou a R$ 2,59 bilhões. Em 2025, apenas no primeiro semestre, o resultado já é de R$ 4,37 bilhões.