ESQUEMA DE CORRUPÇÃO

MP-SP prende dono da Ultrafarma e diretor da Fast Shop

Por Bia Xavier - JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/Ultrafarma
Sidney Oliveira, empresário e fundador da Ultrafarma, é preso em operação contra corrupção.
Sidney Oliveira, empresário e fundador da Ultrafarma, é preso em operação contra corrupção.

Em uma operação impactante na manhã desta terça-feira (12), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) prendeu três pessoas ligadas a um vasto esquema de corrupção que pode ter movimentado mais de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. Entre os detidos estão Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor do grupo Fast Shop, além de um auditor fiscal tributário de alto escalão da Secretaria da Fazenda do Estado.

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Prisões e mandados de busca

Sidney Oliveira foi localizado em sua chácara em Santa Isabel, região da Grande São Paulo. Já Mário Otávio foi preso em seu apartamento na Zona Norte da capital paulista. O auditor fiscal, identificado como Artur Gomes da Silva Neto, que teria atuado diretamente na manipulação de processos fiscais, também foi detido na operação.

Além dos três mandados de prisão, agentes cumprem diversas ordens de busca e apreensão nas residências, sedes das empresas e em outros locais relacionados aos investigados. Durante as diligências, em Alphaville, os promotores encontraram dinheiro em espécie e pacotes com esmeraldas. Em outra casa, em São José dos Campos, foram apreendidos R$ 330 mil em dinheiro, além de dólares e euros.

Como funcionava o esquema

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o auditor fiscal preso manipulava processos administrativos para facilitar a quitação irregular de créditos tributários a empresas envolvidas no esquema. Em troca, recebia pagamentos mensais de propina, repassados por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.

O Ministério Público destacou que as investigações foram realizadas durante meses, com a análise minuciosa de documentos, interceptações telefônicas e quebras de sigilo autorizadas pela Justiça.

Reação da Secretaria da Fazenda

Em nota oficial, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo informou que instaurou um processo administrativo para apurar com rigor a conduta do servidor envolvido e solicitou ao MP o compartilhamento das informações da investigação.

A pasta destacou seu compromisso com a ética e a justiça fiscal, repudiando qualquer ato ilícito, e ressaltou que atua em conjunto com órgãos especializados no combate à sonegação, lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem tributária.

Implicações legais

Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, conforme detalha o MP-SP. A operação representa uma resposta firme do Estado contra a corrupção que prejudica diretamente os cofres públicos e a sociedade.

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