Quase 2,3 milhões de crianças brasileiras de até 3 anos estão fora da creche por falta de acesso. O dado, divulgado em um levantamento do Todos Pela Educação com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) e do Censo Escolar, aponta que a dificuldade é maior para as famílias de menor renda.
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A pesquisa mostra que, embora a necessidade de creche seja semelhante em todos os níveis de renda, as famílias mais pobres são as que enfrentam mais obstáculos para ter a demanda atendida. "Os mais pobres têm maior dificuldade de ter sua demanda atendida”, concluiu o levantamento.
Estudos sobre o tema reforçam a importância do acesso à educação infantil. Crianças que frequentam a creche tendem a ter um desempenho escolar mais positivo. Por outro lado, a falta de acesso a essa etapa educacional pode levar a dificuldades no processo de alfabetização, atrasos no aprendizado, menor chance de concluir a educação básica e desafios na inserção no mercado de trabalho.
Políticas públicas e metas de educação
Em resposta a essa realidade, o governo federal assinou um decreto que cria a Política Nacional Integrada para a Primeira Infância (PNIPI), coordenada pelo Ministério da Educação (MEC). A iniciativa prevê a integração de diferentes áreas do governo para reunir informações sobre crianças de 0 a 6 anos e definir políticas que melhorem a qualidade de vida delas e de suas famílias.
Paralelamente, o Congresso Nacional discute as novas metas para o Plano Nacional de Educação (PNE). A proposta é que o novo plano estabeleça a meta de garantir a matrícula de até 60% das crianças de até 3 anos. No ciclo anterior, que terminou em 2024, a meta de 50% não foi alcançada, com o índice de atendimento ficando em 41,2%.
