ECONOMIA

Petrobras lucra R$ 26,6 bi, mas frustra com dividendos baixos

Por Bia Xavier - JP |
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Apesar do lucro de R$ 26,6 bi, ações da Petrobras caem com anúncio de proventos.
Apesar do lucro de R$ 26,6 bi, ações da Petrobras caem com anúncio de proventos.

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 26,65 bilhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões no mesmo período do ano passado. O desempenho, embora expressivo, acabou ofuscado pelo anúncio de dividendos considerados modestos, o que provocou reação negativa do mercado.

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Apesar dos bons números, o valor de R$ 0,67 por ação em proventos ficou aquém das expectativas dos acionistas e fez as ações preferenciais (PETR4) da estatal recuarem 2,15% na manhã desta sexta-feira (8), sendo negociadas abaixo de R$ 32.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) totalizou R$ 52,3 bilhões no período, alta de 5,1% na comparação anual. Já o lucro recorrente — desconsiderando efeitos extraordinários — foi de R$ 23,18 bilhões. Por outro lado, a receita de vendas da companhia recuou 2,6% em relação ao segundo trimestre de 2024 e 3,3% ante o primeiro trimestre deste ano. O fluxo de caixa livre também mostrou retração significativa: caiu quase 40% frente ao mesmo período do ano passado, fechando em R$ 19,2 bilhões.

Investimentos sobem, mas dívida também cresce

Os investimentos da Petrobras avançaram para US$ 4,4 bilhões, aumento de 9% frente ao segundo trimestre de 2024. Já a dívida líquida da empresa saltou para R$ 68 bilhões, acima dos US$ 59 bilhões registrados há um ano. Curiosamente, as despesas operacionais da companhia ficaram negativas em R$ 26,46 bilhões, o que ajudou a impulsionar o lucro final.

Em comunicado divulgado na noite de quinta-feira (7), a Petrobras anunciou que distribuirá R$ 8,66 bilhões em dividendos, referentes ao primeiro semestre do ano. O valor, que corresponde a R$ 0,67 por ação, será pago em duas parcelas, nos meses de novembro e dezembro.

A empresa justificou que a distribuição está em conformidade com sua atual política de remuneração, que estabelece o repasse de 45% do fluxo de caixa livre aos acionistas, desde que a dívida bruta permaneça abaixo de US$ 75 bilhões. Segundo a estatal, esse pagamento não compromete sua saúde financeira.

Mesmo assim, o mercado não perdoou a redução dos proventos. Analistas já esperavam uma queda, mas o montante anunciado foi abaixo do que muitos investidores consideravam ideal, intensificando a pressão sobre os papéis da companhia na Bolsa.

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