AUMENTO NOS PREÇOS

7 produtos ficarão mais caros nos EUA com taxação no Brasil

Por Bruno Mendes/JP |
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Foto: Freepik
Taxa sobre o Brasil vem aumentando as tensões diplomáticas com os EUA
Taxa sobre o Brasil vem aumentando as tensões diplomáticas com os EUA

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, assinou no final do mês passado, uma nova taxação de 50% sobre a entrada de produtos brasileiros em solo norte-americano. A medida, que causou tensão em diversos setores, veio acompanhada de uma lista de isenções com quase 700 itens, o que aliviou a preocupação de setores como o de suco de laranja e fabricação de aeronaves.

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Os produtos isentos somam 43,4% das exportações brasileiras para o mercado americano em 2024. No entanto, cerca de 3,8 mil itens ainda serão sujeitos à sobretaxa. Entre eles estão produtos dos quais o Brasil é um fornecedor relevante, como café, açúcar orgânico e carne, o que pode impactar diretamente o consumidor americano.

Impacto ao consumidor americano

O The Budget Lab, centro de pesquisa da Universidade de Yale, previu um aumento de 1,8% na inflação americana no curto prazo devido às tarifas, o que poderia representar uma perda de US$ 2.400 (cerca de R$ 13,4 mil) por domicílio em 2025.

Segundo informação da BBC News, os produtos que podem ficar mais caros para os consumidores americanos.

  • Café: Os EUA são o maior consumidor global de café e o Brasil, o maior fornecedor, respondendo por cerca de um terço das importações. Especialistas acreditam que os EUA terão dificuldade em encontrar um substituto para o café brasileiro. A Colômbia, por exemplo, segundo maior fornecedor, tem uma capacidade de produção global muito menor (8%) em comparação com o Brasil (37%), tornando a substituição improvável. A alta de preço deve ser sentida pelos consumidores.
  • Manga e Goiaba: O Brasil é o quarto maior fornecedor desses produtos para os EUA, que cultivam as frutas em pequena escala. Produtores brasileiros de manga já relatam cancelamentos de pedidos, e a tarifa pode inviabilizar as exportações. Sem mercados alternativos que supram a demanda, a oferta interna deve diminuir, levando a um aumento nos preços de frutas e legumes, que podem crescer 6,9% no curto prazo, segundo o The Budget Lab.
  • Carne: O Brasil é o maior exportador de carne do mundo, e os EUA são o segundo maior mercado para o produto brasileiro. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) alertou que a tarifa pode inviabilizar as vendas para os EUA. Embora os americanos também sejam grandes produtores, o rebanho se manteve estável nas últimas décadas enquanto o consumo cresceu. A redução da oferta brasileira pode pressionar ainda mais os preços, que já atingiam valores recordes.
  • Açúcar Orgânico: O Brasil é responsável por quase metade do açúcar orgânico importado pelos EUA. A Organic Trade Association alertou que a tarifa pode aumentar os custos para a produção de diversos itens que levam o produto, como iogurtes e chocolates, impactando diretamente o preço final para o consumidor.
  • Chocolate: O Brasil é um fornecedor importante de manteiga de cacau, matéria-prima para o chocolate. O preço do chocolate já vem subindo globalmente devido a problemas climáticos e pragas. A tarifa pode agravar a situação, encarecendo ainda mais o produto.
  • Carros: A tarifa de 50% também atinge metais exportados pelo Brasil, como aço e nióbio. Os metais ocupam o primeiro lugar na lista de estimativas de aumento de preços do The Budget Lab, com alta de 39,4%. O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, e a medida de Trump, embora elogiada pela indústria siderúrgica americana, pode encarecer a produção de veículos e outros produtos que usam esses materiais.

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